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quinta-feira, 11 agosto 2022 04:52

Economia cresceu 4.5% no primeiro semestre e superou a média da SADC e do continente - Nyusi

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O crescimento da economia moçambicana atingiu no primeiro semestre de 2022 uma cifra de 4.59%, informou na última terça-feira (10) o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, enquanto anunciava as 20 medidas de aceleração económica para os próximos dois anos. Para Nyusi, aquela cifra supera a média de crescimento de economias da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e de todo o continente africano.

 

“A avaliação do desempenho da nossa economia durante o primeiro semestre deste ano indica que a nossa economia cresceu em 4.59% acima das projecções iniciais, acima da média de crescimento das economias da região e acima do continente”, disse o PR. Na ocasião, lembrou que as projecções para 2022 apontavam para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9% contra uma taxa de crescimento de 2,1% registada em 2021.

 

Para o Chefe de Estado, este crescimento foi motivado pelo desempenho da agricultura, pecuária, caça, silvicultura, exploração florestal, e actividades relacionadas que, em conjunto, tiveram o maior peso no PIB de 22.57%, seguido pelo ramo de comércio e serviços. Fora ao sector produtivo, o Chefe de Estado assinalou que a restauração da paz e segurança na região centro de Moçambique, bem como a redução do clima de insegurança em Cabo Delgado contribuíram consideravelmente para o crescimento económico do país.

 

“No primeiro semestre deste ano conseguimos reduzir o défice da balança comercial e as exportações cresceram em 69%, com destaque para o aumento de exportações de leguminosas, oleaginosas e de outras culturas como algodão, castanha de caju, macadâmia, tabaco e chá”, enalteceu Nyusi.

 

Entretanto, no evento presenciado por membros do Governo, empresários, sociedade civil, diplomatas e parceiros de cooperação, Nyusi disse estar preocupado com os sucessivos choques internos e externos sem precedentes que têm afectado seriamente o desempenho da economia, condicionando o seu ritmo de crescimento.

 

“Um destes choques, nos últimos anos, foi a retirada do apoio externo ao Orçamento do Estado devido a razões sobejamente conhecidas, que retiraram anualmente do Orçamento do Estado mais de 800 milhões de USD, que eram cruciais para investimento em programas de desenvolvimento, em áreas como a saúde, educação, estradas, abastecimento de água, entre outras”, afirmou o PR.

 

Por consequência da retirada do apoio de parceiros de cooperação, Nyusi disse que o país deixou de ser uma das 10 economias do mundo com um crescimento acelerado ao entrar em recessão marcada pela forte depreciação do Metical, subida da taxa de inflação e redução do espaço fiscal. “A grande perda foi a confiança dos investidores do país, mas graças aos esforços que vínhamos dando, hoje podemos dizer que Moçambique continua em pé e na rota do crescimento”, assinalou o PR.

 

Para Nyusi, a conjugação da falta de confiança dos investidores, os ataques terroristas em Cabo Delgado, a pandemia da Covid-19 e os frequentes eventos climáticos extremos, resultou no abrandamento do crescimento do PIB que caiu de uma média de 7.3% por ano, entre 2006 e 2014, para uma média de 2.8% nos últimos sete anos.

 

Nos últimos meses, o Chefe de Estado diz que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia veio agravar a conjuntura da macroeconomia mundial, provocando pressões inflacionárias à escala global. Nesse contexto, apontou que a inflação em Moçambique atingiu uma média de 7,22% no fim do primeiro semestre de 2022, contra uma previsão inicial de 5,3%. Entretanto, com as 20 medidas anunciadas terça-feira, o Chefe de Estado mostrou-se seguro de que a economia nacional poderá relançar-se nos próximos dois anos. (Evaristo Chilingue)

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