Em 2021, a confiança do país no mercado internacional financeiro continuou ofuscada, apesar de sinais de melhoria com o início da resolução judicial do processo das dívidas não declaradas avaliadas em mais de 2.2 biliões de USD e das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o retorno do programa de financiamento, além de avanços alcançados no conflito militar em Cabo Delgado.
Efectivamente, a confiança do país no mercado internacional permaneceu no nível de risco substancial (classificação alcançada em Outubro de 2019, após a retirada da categoria de incumprimento financeiro), ainda que a agência de classificação Moody’s tenha melhorado a notação ao passar de “Caa2” estável para “Caa2” positiva.
A confiança do país no mercado internacional é usada pelos investidores para a tomada de decisão de investimento numa dada economia. Assim, “a classificação de risco substancial, no mercado internacional, impõe restrições no acesso aos mercados financeiros internacionais, o que pode incrementar o risco de mercado no sistema financeiro doméstico nas componentes taxa de câmbio e taxa de juros”, refere o mais recente Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Moçambique.
Comparativamente aos países da região da SADC, o documento indica que Moçambique apresenta uma das notações mais baixas (acima apenas da Zâmbia cuja classificação é “RD” ou “SD”, que significa incumprimento), o que pode constituir um factor penalizador na captação de investimentos para o país. (Carta)