A empresa francesa TotalEnergies vocacionada à produção e comercialização de energias em escala global (petróleo e biocombustíveis, gás natural e gases verdes, energias renováveis e electricidade) está de olho no Projecto da Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa. O projecto é levado a cabo pelo Governo e prevê-se que seja instalado a quase 60 km, a jusante da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, na província de Tete, centro do país.
A TotalEnergies lidera actualmente em Moçambique o maior projecto de extracção e liquefacção de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma, norte de Cabo Delgado. Por causa do terrorismo, o Projecto Mozambique LNG, avaliado em cerca de 25 biliões de USD, está em banho-maria, desde Abril de 2021, com a declaração da força maior.
Ainda assim, a empresa olha para outros projectos estruturantes em Moçambique. É o caso do Mphanda Nkuwa, que deverá ser uma barragem com capacidade instalada prevista de 1.300 a 1.500 Megawatts e cujo fecho financeiro é avaliado em 3.5 a 4 biliões de USD. A TotalEnergies é uma das oito empresas que medem esforços para tirar o Projecto com mais de 14 anos do papel.
A empresa concorre num consórcio composto por si e pela EDF SA, todas da França. Dos restantes está a ETC Holdings Mauritius Limited domiciliada nas Maurícias e Zâmbia, Longyuan Power Overseas Investment Co. Ltd e PowerChina Resources Limited da China, WeBuild Group da Itália e Zimbabwe, Scatec da Noruega, Sumitomo Corporation e Kansai Electric Power Co. Inc. do Japão.
Após quatro meses de chamadas para a candidatura, o Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK) diz estar, a partir de 19 de Abril em curso, a avaliar os documentos submetidos pelas empresas.
O GMHK busca uma empresa com capacidade de injectar entre 500 a 600 milhões de USD e em conjunto com as empresas Electricidade de Moçambique (EDM) e HCB desenvolver o Projecto até ao fecho financeiro.
Ao concorrer, a TotalEnergies mostra que reúne requisitos para ser o Parceiro Estratégico da HCB e EDM, em representação do Governo, para desenvolver o Projecto Mphanda Nkuwa.
Para além de Mphanda Nkuwa, refira-se que recentemente a TotalEnergies fechou um negócio milionário com a BP para aquisição de postos de abastecimentos desta, tornando-se a segunda maior fornecedora de combustíveis em Moçambique, com uma cota de mercado de 19.05%, atrás da PETROMOC que lidera com 32,26% de cota de mercado. (Evaristo Chilingue)