O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu ontem que o projeto de interligação elétrica com Maláui vai abrir um novo capítulo na integração regional para Moçambique. “O projeto contribuirá significativamente para a consolidação da integração regional de Moçambique na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”, declarou Filipe Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava durante o lançamento da segunda fase do projeto de Integração elétrica entre Moçambique e Maláui, uma cerimónia ocorrida em Tete, no centro de Moçambique, e que contou com a presença do chefe de Estado do Maláui, Lazarus Chakwera, que efetua desde ontem uma visita de trabalho a Moçambique.
A infraestrutura, com uma extensão de 218 quilómetros, está orçada em 62 milhões de dólares (52 milhões de euros), dos quais 35 milhões de dólares (32 milhões de euros) serão usados para construção da linha na parte do território moçambicano (com 142 quilómetros) e o restante para parte da infraestrutura que está no Maláui, segundo dados enviados à Lusa pela empresa pública Eletricidade de Moçambique.
“Além de interligar os sistemas de energia de ambos países, interconectando o Maláui ao mercado bilateral e regional de energia, este projeto representa uma oportunidade acrescida para Moçambique com a possibilidade de exportação de energia excedentária para os países vizinhos”, destaca a Eletricidade de Moçambique.
Os fundos que serão usados para a construção da linha são resultado de um financiamento de quatro parceiros, nomeadamente o Banco Mundial, a União Europeia e os governos da Noruega e da Alemanha.
“É um momento histórico para os dois países”, disse Lazarus Chakwera, durante a cerimónia de lançamento da segunda fase do projeto em Tete.
O projeto, que vai criar cerca de 1600 empregos e tem uma capacidade de transmissão de 400 kV (quilovolt), está na mesa desde 1998, mas o acordo foi assinado apenas em 2013. A infraestrutura vai partir da subestação de Matambo, na província de Tete, até à fronteira com o Maláui, em Zobué, onde as obras começaram há seis meses. (Lusa)