O Governo disse esta quarta-feira (28) que, de Janeiro a Maio, distribuiu em todo o país medicamentos e outros produtos médicos, num valor estimado em 9.4 mil milhões de Meticais.
São medicamentos para o tratamento das doenças mais frequentes no país e que causam maior preocupação para a saúde pública, nomeadamente, diarreicas, respiratórias, hipertensão arterial, diabetes, tuberculose, malária, HIV/SIDA, entre outras. A distribuição dos medicamentos é feita com periodicidade trimestral.
A informação foi partilhada na Assembleia da República pelo Ministro da Saúde, Ussene Isse, respondendo às perguntas formuladas pelas Bancadas Parlamentares sobre a disponibilidade de medicamentos.
O governante garantiu que neste momento existe stock suficiente de medicamentos essenciais (e sentinela) para os próximos seis meses. Entretanto, o sector depara-se com algumas restrições em relação aos medicamentos para sistema cardiovascular e nervoso, corticoides e anestesia.
“Os itens em falta terão o stock reposto nos próximos meses de Junho e Julho. É importante sublinhar que para estes itens existem formulações alternativas do mesmo medicamento ou outras opções terapêuticas com as mesmas funções medicinais’’, disse.
Ussene Isse garantiu que o seu ministério vai avançar com um sistema electrónico para o rastreamento de medicamentos do sistema nacional de saúde, cuja intenção é travar os constantes relatos de casos de roubo de fármacos e outros equipamentos médicos.
“Significa que os medicamentos que vão entrar daqui para frente em Moçambique terão um selo e este selo, ao ser violado, está conectado a um sistema electrónico, quer dizer que a digitalização vai trazer revolução no sector e vai ajudar-nos a controlar e a saber onde o medicamento está a ser vendido ou comercializado”, explicou.
Assinalou também que o Executivo vai adquirir e instalar, nos próximos dias, em diferentes unidades sanitárias do país, um total de 100 ecógrafos e 29 aparelhos de Raio X fixos.
Informou ainda que o seu pelouro vai construir e apetrechar 60 Postos Comunitários de saúde em todo o país, alargando desta forma a rede de prestação de cuidados de saúde primários nas comunidades.
“Vamos concluir as obras de construção de sete novas unidades sanitárias, nomeadamente, Hospitais Distritais de Mocímboa da Praia, Mueda, Meconta, Mopeia e ainda dos Hospitais Gerais de Nampula, Mavalane e José Macamo”, disse o Ministro da Saúde.
A reconstrução de infra-estruturas afectadas pelos Ciclones Jude, Chido e Dikeledi é outra aposta do Ministério da Saúde. “Neste contexto, vamos proceder à reconstrução de 104 unidades sanitárias, sendo 70 na Província de Nampula e 34 na Província de Cabo Delgado”, sublinhou Isse.
Com objectivo de acelerar a formação especializada e a retenção de médicos especialistas nas províncias, o Ministro da Saúde disse que está em curso o processo de acreditação dos novos hospitais para tornarem-se centros de formação médica especializada em diferentes áreas.
Consta ainda o treino e alocação de 1000 novos Agentes Polivalentes de Saúde, no âmbito da operacionalização do Subsistema Comunitário de Saúde, passando dos actuais 9477, para 10477.
“Estes Agentes Polivalentes de Saúde vão reforçar a oferta de serviços e cuidados nas nossas comunidades ao longo do ciclo de vida com foco em actividades de promoção de saúde, prevenção de doença, diagnóstico precoce, referenciamento de pacientes, tratamento das doenças mais comuns (malária, diarreias, tuberculose, HIV, desnutrição, etc.) e ainda cuidados paliativos”, frisou o Ministro da Saúde.
Para o presente ano, o sector da saúde pretende disponibilizar 724 vagas para a contratação de novos profissionais.