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Actualizado de Segunda a Sexta

19 de Março, 2025

Tensão pós-eleitoral: Algumas escolas fecharam portas ontem e outras funcionaram a meio-gás

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Algumas escolas privadas na província e cidade de Maputo decidiram encerrar as portas nesta quarta-feira e as públicas funcionaram a meio-gás, devido à realização de mais uma manifestação convocada por Venâncio Mondlane, em homenagem aos “heróis do povo” moçambicano, não declarados pelo Governo.

Escolas como a Woodrose International School, Externato Simba e Colégio Internacional Betel, localizadas na província de Maputo, emitiram um comunicado para a comunidade escolar e para os pais e encarregados de educação, na noite de segunda-feira, informando que as aulas estariam suspensas nesta terça-feira (18).

“Caros pais e encarregados de educação, viemos por meio desta informar que, amanhã (terça-feira), as aulas estarão suspensas e as instituições estarão encerradas por questões de segurança e para zelar pela integridade dos nossos alunos e colaboradores. Retornaremos às actividades normais na quarta-feira”. Algumas dessas escolas enviaram actividades para os alunos, enquanto outras optaram por oferecer aulas virtuais.

No caso das escolas públicas, a Escola Secundária Força do Povo, na cidade capital, as aulas ocorreram normalmente, mas notou-se a ausência de professores e de alunos que não conseguiram chegar à escola devido à falta de transporte público.

Nas primeiras horas desta terça-feira, foi possível ver alguns alunos caminhando em grupo, de Magoanine até à Escola Secundária Força do Povo. Como as paragens estavam superlotadas, os alunos optaram por marchar para não perder as aulas.

Na Escola Secundária Eduardo Mondlane, onde também as aulas ocorreram normalmente, estima-se que apenas 50% dos alunos conseguiram chegar à instituição de ensino, e mais da metade dos professores não compareceram ao trabalho.

Na Escola Básica da Matola Gare, na província de Maputo, os alunos que estudam no período da manhã não tiveram aulas, pois, maior parte dos professores não conseguiu chegar aos seus postos de trabalho. Horas depois, os alunos foram dispensados.

Em contrapartida, os alunos que frequentam o turno da tarde encontraram os portões fechados. Um deles disse à “Carta” que foram mandados de volta para casa, alegadamente porque se tratava de um feriado.

“Encontramos os portões fechados e o guarda mandou-nos de volta para casa, dizendo que hoje não teríamos aulas porque era feriado e que deveríamos voltar nesta quarta-feira”, afirmou Laércio Jaime Macuácua.

Em conversa com alguns residentes de Marracuene, eles informaram que boa parte das escolas funcionou normalmente, uma vez que os professores são residentes daquele município e não dependem de transporte público para se deslocar aos seus postos de trabalho.

No município de Boane, a nossa reportagem apurou que as escolas também funcionaram normalmente, mas com pouca afluência de alunos, mesmo no contexto das manifestações pacíficas. Entretanto, os gestores das escolas afirmaram que tudo farão para compensar os alunos que por alguma eventualidade não conseguiram fazer-se as suas instituições de ensino para que não fiquem prejudicados no processo normal de ensino e aprendizagem.

O comércio também ficou paralisado, com boa parte das lojas encerradas na cidade e província de Maputo. Os serviços públicos estiveram a funcionar a meio-gás, com pouca afluência de utentes que procuravam pelos serviços e com a ausência de alguns funcionários públicos.

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