Indivíduos, até aqui desconhecidos, invadiram e vandalizaram, há dias, o Centro de Saúde de Nametil, principal unidade sanitária do distrito de Mogovolas, província de Nampula, causando diversos danos nos sectores da farmácia, laboratório, enfermarias, pediatria e economato. Dados em poder da “Carta” indicam que, durante a vandalização, os malfeitores, que portavam objectos contundentes, incluindo bombas de fabrico caseiro (feitas de garrafas com gasolina e fósforo), queimaram parte dos medicamentos e danificaram portas e janelas.
Como consequência, um paciente que se encontrava internado e em tratamento viria a perder a vida. Receando o pior, os enfermeiros que estavam de serviço naquela noite abandonaram as instalações, por volta das 23:00, e fugiram para local seguro.
Durante as manifestações pós-eleitorais, Nametil foi palco de cenários violentos, com destaque para a destruição do centro de tratamento de cólera, criado pelo governo em parceria com os Médicos Sem Fronteiras.
Outro cenário de insegurança na província de Nampula foi registado no distrito de Liúpo, onde supostamente 11 homens tentaram, sem sucesso, atacar o comando policial do posto administrativo de Quinga no passado dia 3 de Março corrente.
Segundo um agente da corporação que falou à “Carta”, sob condição de anonimato, os atacantes, munidos de objectos contundentes, com destaque para catanas, não lograram os seus intentos devido ao alerta que os agentes receberam de seus informantes.
Lembre-se que Quinga ficou quase dois meses fora do controlo das autoridades, depois que um cidadão foi eleito Chefe do Posto e auto-proclamou-se Régulo da zona [com todos os poderes], além de lançar uma perseguição aos funcionários e agentes do Estado, o que obrigou a fuga destes para a cidade de Nampula.
A autoridade do Estado foi restabelecida quando o governo destacou uma força conjunta, maioritariamente composta por membros da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), o que permitiu que o governo do distrito de Liúpo tivesse o controlo da região.