A Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Maputo, disse no passado domingo que está a trabalhar para esclarecer o caso do baleamento de Alcina Nhaume, jovem alvejada no seu local de trabalho em Michafutene.
Numa entrevista à Carta de Moçambique, o porta-voz da PRM na província de Maputo, Edgar Juvane, esclareceu que a investigação do caso começou logo após a ocorrência.
‘’Como qualquer caso criminal, este também merece um nível de investigação mais apurado. Neste momento, não temos nenhum dado para partilhar relacionado com a instrução preparatória e o nível de investigação. Entretanto, oportunamente, poderemos nos pronunciar sobre o assunto. Mas estamos a trabalhar afincadamente para podermos esclarecer este assunto’’, declarou Juvane.
Entretanto, Juvane explicou que a investigação do caso de Alcina começou imediatamente após a ocorrência. ‘’Nós começamos a fazer a investigação, e isso não depende da submissão de nenhuma queixa. Nós, como autoridade de segurança pública, levantamos esse tipo de investigação’’, frisou.
Alcina Penicela Nhaume, de 28 anos de idade, foi vítima da brutalidade policial em Michafutene, na província de Maputo, na quarta-feira passada (05), depois que a população interpelou uma viatura do Conselho Municipal de Maputo, que transportava corpos em condições suspeitas para a morgue do Cemitério de Michafutene. Para dispersar a população que havia bloqueado a viatura, foi chamada a Unidade de Intervenção Rápida (UIR), que perseguiu a multidão até as suas residências, disparando indiscriminadamente balas reais, uma das quais atingiu a jovem no rosto, dentro do seu posto de trabalho (atelier).
Importa destacar que o caso de Alcina Nhaume não é o primeiro a demonstrar a brutalidade da polícia em relação à população indefesa, em particular às mulheres. Um outro episódio, que também chocou a opinião pública aconteceu em novembro do ano passado, quando um BTR das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) atropelou propositadamente a jovem Maria Madalena Matusse, também de 28 anos, em plena luz do dia, sob o olhar impotente da população.