Quando passam 112 dias, desde o início da época chuvosa (desde 01 de Outubro de 2019) o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE) reporta a morte de 28 pessoas, em todo o país, vítimas de ventos e chuvas fortes, descargas atmosféricas e incêndios.
Os números constam do “Resumo do Impacto na Presente Época Chuvosa e Ciclónica 2019/2020”, partilhado, esta terça-feira, 21 de Janeiro, que dá conta ainda do ferimento de 66 pessoas.
Dos 28 óbitos, revela o órgão liderado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), 24 foram originados por descargas atmosféricas, enquanto as restantes quatro pessoas perderam a vida vítimas do desabamento de residências.
De acordo com aquele órgão, dos óbitos registados até à última segunda-feira, 19 registaram-se na província da Zambézia, no centro do país, enquanto quatro foram registados na província de Maputo, no extremo sul. As províncias de Niassa e Manica registaram duas mortes cada e a capital do país apenas testemunhou um óbito.
Segundo o CENOE, desde o início da época chuvosa, 12.999 famílias ficaram afectadas, pelas intempéries, o que corresponde a 58.851 pessoas afectadas. As províncias da Zambézia e Cabo Delgado são as mais abrangidas, com 17.432 e 13.169 pessoas afectadas, respectivamente. A província de Inhambane é a única que até ao momento ainda não registou vítimas.
Os estragos incluem ainda a destruição de 629 salas de aulas, 10 unidades sanitárias, 50 casas de culto e de 10.262 casas, das quais 2.589 encontram-se totalmente destruídas.
Lembre que, desde o último dia 26 de Dezembro, o país vem sendo assolado por chuvas e ventos fortes, que já provocaram o desabamento de uma ponte sobre o rio Montepuez e a queda de uma torre de energia eléctrica na margem norte do rio Messalo, na província de Cabo Delgado. Aliás, foi em Cabo Delgado que a tempestade deu o seu pontapé de saída, tendo-se alastrado, posteriormente, pelas restantes províncias do país.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) voltou a emitir, na manhã desta terça-feira, outro aviso vermelho, alertando para a ocorrência de “chuvas muito fortes” nas províncias da Zambézia (todos os distritos), Nampula (todos os distritos), Manica (distritos de Tambara e Guro), Sofala (Cheringoma, Marromeu, Caia e Chemba), Tete (Tsangano, Angónia, Macanga, Mutarara, Dôa, Moatize e Chiúta) e Cabo Delgado (Mecúfi, Chiúre, Quissanga, Namuno, Balama, Montepuez, Ancuabe, Mocímboa da Praia, Palma, Nangade e Pemba).
De acordo com o CENOE, nos distritos da Maganja da Costa, Namacurra e Mocuba, localizados na bacia do Licungo, na província da Zambézia, foram retiradas mais de 20.000 pessoas e reassentadas cerca de 2.000 famílias, correspondentes a 10.000 pessoas. Assegura ainda que, para a província de Cabo Delgado, estão assegurados stocks de tendas (367) e bens alimentares suficientes para assistir a um universo de 137.000 pessoas por um período de três meses. (Carta)