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sexta-feira, 22 novembro 2019 07:19

Exames Finais: Detidos 12 cidadãos na posse de guias de correcção de todos os exames da 10ª e 12ª Classe

A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, esta quarta-feira (20 de Novembro), na Escola Secundária Josina Machel, na Cidade de Maputo, 12 indivíduos, na posse de exames da secção de letras e ciências, da 10ª e 12ª Classe e as respectivas guias de correcção.

 

A informação foi partilhada, na manhã desta quinta-feira, pelo porta-voz do Comando da Cidade de Maputo, Leonel Muchina, tendo referido que as detenções aconteceram durante o processo normal de patrulha.

 

“Quando fazíamos a patrulha, em frente à Escola Secundária Josina Machel, conseguimos identificar uma movimentação estranha de alguns alunos que iam fazer exames e outros que nem estão no processo de exames e que só estiveram no local com intuito de vender e, durante o processo de verificação, foi possível deter 12 indivíduos, que comercializavam Exames da 10ª e 12ª Classe, que estavam a decorrer e outros que ainda estão por se fazer”.

 

Porém, conforme avançou o porta-voz, os visados estavam a comercializar os exames, através de telemóveis, cada enunciado custava 500 Mts sem guia de correcção e 600 Mts com a respectiva correcção e 2.000 Mts para cada secção.

 

A fonte sublinhou que, neste processo, percebe-se que há um esquema fraudulento muito forte, mas, as investigações estão a cargo do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), de modo a trazer informações sobre como os exames foram extraviados da Direcção de Educação, assim como da Escola.

 

Lurdes Cumbi, estudante da 11ª Classe na Escola Secundária Josina Machel, que se encontra detida nas celas da 2ª Esquadra da PRM, na Cidade de Maputo, revelou que foi detida por ter sido encontrada a vender Exames da secção de ciências, que custavam 2.200 Mts com as respectivas guias de correcção.

 

“Foram buscar-me no serviço, porque um moço ligou-me a pedir exame e eu contactei uma amiga que tem um tio que trabalha lá dentro [Ministério da Educação]. Não sei onde, mas ela disse-me que o tio tem exames à venda”, afirmou Cumbi aos órgãos de comunicação social.

 

Por seu turno, Daniel Mapico Mathe, estudante da 10ª na mesma escola, também detido, afirmou que recolheu às celas por ter sido encontrado a guardar telemóveis dos colegas, no seu carro e que os mesmos tinham exames resolvidos.

 

Belucha Carlos, aluna da 10ª classe, diz ter sido detida por esperar um colega para guardar o seu telemóvel, porém, quando a Polícia chegou, conta ela, suspeitou que tivesse exame, que depois ficou comprovado, quando exigiram que abrisse o seu telemóvel.

 

À “Carta”, o Director do Conselho Nacional de Exames, Certificação e Equivalência, Feliciano Mahalambe, negou comentar o assunto, tendo dito que o mesmo está a cargo da Polícia. “Nós continuamos a tratar o assunto dos exames do ponto de vista pedagógico, mantendo as nossas medidas previstas no regulamento, entretanto, não modificamos nada, pelo contrário, intensificamos o controlo e os exames continuam a decorrer normalmente, visto que o processo de anulação de exames não tem nada a ver com a fraude, mas sim com a afluência grave em relação aos resultados”, explicou.

 

Mahalambe garantiu ainda que os exames foram impressos pela gráfica Brithol Michcoma e que são distribuídos pelas direcções provinciais da Educação. (Marta Afonso)

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