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terça-feira, 12 novembro 2019 06:46

Exploração ilegal de madeira: “Carta” testemunha negociação entre furtivos e agentes da Polícia em Morrumbala

Preparávamo-nos para sair do distrito de Morrumbala, província da Zambézia, quando pelas 04 horas e 30 minutos, do passado dia 01 de Novembro, sexta-feira, presenciamos uma forte discussão, envolvendo três agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e proprietário de um camião da marca Scania, com a matrícula MQB 32-16, transportando toros da madeira “Umbila” sem documentos de autorização para exploração e muito menos para comercialização, conforme percebemos na discussão entre as partes.

 

Na discussão, que era proferida em língua local (Chuabo), os agentes da PRM diziam: “dêem-nos nossa parte e depois podes seguir. Sem isso, vou-te entregar aos fiscais da província e não ao comandante distrital com quem comes”. Em resposta, o proprietário do camião dizia: “a madeira não é minha, é do meu sogro, mas podemos resolver”.

 

A discussão terminou minutos depois, após contactos feitos pelo proprietário a terceiros, tendo prometido pagar o valor aos agentes logo que o comprador pagasse os toros. A “Carta” seguiu o camião, tendo constatado que o mesmo se dirigia a um estaleiro, localizado no centro do bairro da Liberdade, naquele distrito da província da Zambézia, pertencente a um cidadão chinês, segundo apuramos. 

 

 

À “Carta”, fontes disseram que a exploração e comercialização ilegal da madeira tornaram-se num negócio “normal” e “comum”. Contaram que sempre que apreendem camiões, em situações idênticas, estes são retirados do Comando distrital da Polícia, na calada da noite, para o referido estaleiro.

 

Depois de “ver” o destino da madeira, “Carta” seguiu viagem, tendo-se cruzado com outros dois camiões da marca Howo, carregando também quantidades significativas de madeira da espécie “Pau-preto” e “Umbila”, com um dos camiões a “derrapar” numa subida de forte inclinação, devido ao aparente excesso de carga. A situação criou pânico no local, pois, alguns cidadãos que transitavam na via, usando bicicletas e motorizadas, quase eram atropelados.

 

A nossa fonte explicou-nos, mais uma vez, que a madeira pertencia a uma empresa chinesa, porém, não conseguimos apurar o nome, porém, tendo garantido que o estaleiro se localiza na vila de Morrumbala. (Omardine Omar)

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