Desde a sua criação, em 2015, a Rede de Instituições de Ensino Superior e de Investigação de Moçambique (MoRENet), criada para servir como plataforma nacional de partilha de recursos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), com acesso a ligações nacionais e internacionais de comunicação de dados de alta velocidade, depreende-se com a falta de equipamentos modernos nas instituições de ensino do país.
De acordo com o Director Executivo da MoRENet, Lourino Chemane, neste momento, estão ligadas à MoRONet 160 instituições de ensino superior, técnico-profissional e de investigação e grande parte ainda não possui equipamentos modernos que facilitem o acesso e uso de tecnologias de informação e comunicação para melhorar o processo de ensino e aprendizagem entre os docentes e alunos; investigadores e docentes, incluindo as instituições do governo que tutelam a área do ensino superior, técnico-profissional e de investigação.
Falando esta segunda-feira, em Maputo, na abertura da Segunda Edição da Conferência Anual da MoRONet 2019, que decorre sob o lema “MoRENet, Interligando as Comunidades Académicas e Científica Moçambicanas a Redes Globais de Ciência e Tecnologia”, Chemane disse que estes serviços permitem que, fisicamente, haja uma interligação com as instituições, onde depois são disponibilizados serviços aos membros da comunidade académica, como acesso a bibliotecas virtuais, acesso a redes de comunicação de dados sem fio dentro dos campos universitários.
Segundo a fonte, estão em curso actividades que possibilitem os estudantes que estejam fora do campo universitário tenham um tratamento diferenciado em termos de custos de acesso ao serviço de comunicação de dados para facilitar o acesso ao uso das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem.
Entretanto, um dos grandes desafios para o país é a falta de computadores em todas as salas de aulas. Neste momento, existem salas de aulas, em que os estudantes partilham o mesmo computador, enquanto o ideal é que cada estudante tenha recursos próprios, como laptop.
Por outro lado, alguns laboratórios das escolas do ensino técnico-profissional não possuem equipamentos modernos e digitais, que possam ser utilizados para o acesso à distância dos outros laboratórios, de modo a fazer o segmento dos seus trabalhos.
Por sua vez, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior Técnico-Profissional, Jorge Nhambiu, afirmou que o Ministério, o governo e a MoRENet estão a trabalhar para poder, gradualmente, colmatar e assegurar que os membros das comunidades académica e científica tenham acesso às tecnologias de informação e comunicação para o processo de trabalho no ecossistema de ciência e tecnologia e inovação do ensino superior.
“Para as instituições públicas pode se fazer a planificação para que haja um financiamento público para aquisição de equipamentos modernos. Em relação às privadas, há uma necessidade de reunir os parceiros que promovem estes serviços para proverem estes instrumentos, no entanto, o governo está a trabalhar através de programas paralelos de fundos de desenvolvimento institucional de capacitação das instituições para promover concursos para as entidades acederem aos recursos financeiros para estabelecer os laboratórios necessários no sentido de melhorar o processo de ensino e aprendizagem com recurso às novas tecnologias”, acrescentou. (Marta Afonso)