O Director da Central de Medicamentos e Artigos Médicos (CMAM), António Assane, garante estar em curso um trabalho conjunto com as comunidades locais para acabar com a venda ilegal dos medicamentos do Sistema Nacional de Saúde (SNS).
Xaropes, antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, material cirúrgico (compressa, algodão, etc.), entre outros medicamentos e artigos médicos, provenientes do SNS, têm sido vendidos nas avenidas e praças das principais cidades do país, sob olhar impávido das autoridades, uma situação que preocupa bastante a sociedade, tendo em conta o perigo que os produtos expostos representam aos utentes, assim como o “saque” que se reflecte nas farmácias públicas.
Esta quinta-feira, durante um briefing com a imprensa, o Director da CMAM disse que tem trabalhado com a população para acabar com a venda dos medicamentos nos mercados, visto que esta conhece a proveniência dos medicamentos vendidos na rua.
“Em todas as entregas de medicamentos contamos com a participação da comunidade, de modo a saber o que chegou, para quantas pessoas e para quanto tempo”, garantiu, quando questionado sobre as estratégias desenhadas pelo sector para combater o mercado informal da venda de medicamentos e artigos médicos.
“Temos noção da gravidade disso, por isso, há quatro anos lançamos um Plano Estratégico de Combate Multissectorial, entre o MISAU (Ministério da Saúde), a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Procuradoria, de modo a reduzir este mal”, revelou a fonte.
António Assane acrescenta que estão a ser desenvolvidas reformas internas a nível do Ministério para fazer perceber a população sobre o volume de investimento que o Estado faz para a aquisição dos medicamentos.
Por sua vez, a Directora-adjunta das Áreas de Suporte, Brana Branquinho, assegurou também que se tem feito muito trabalho a nível das províncias para tentar encontrar os mercados informais, onde ocorrem as vendas.
Refira-se que, numa pesquisa realizada entre Setembro e Outubro de 2017, o Centro de Integridade Pública (CIP) concluiu que a falta de medicamentos nas unidades sanitárias era “um problema com contornos alarmantes e longe de ficar ultrapassado”, visto que um grande número de utentes do serviço público continuava a não receber os medicamentos receitados nas quantidade e hora certas, embora o Ministério da Saúde (MISAU) reitere haver melhorias no fornecimento de medicamentos essenciais às diversas unidades sanitárias. (Marta Afonso)