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sexta-feira, 02 fevereiro 2024 08:28

Raptos: CTA exige operacionalização da brigada anti-rapto

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique exigiu esta semana a operacionalização da brigada anti-rapto, face aos desafios enfrentados pelo sector privado. O Governo já anunciou a sua criação há bastante tempo, mas, volvidos 12 anos, os raptores constituem motivo de preocupação no país.

 

O Sector Privado fez estas exigências à saída de um encontro realizado na quarta-feira com as associações económicas para reflectir sobre os raptos e encontrar novas estratégias para fazer face a este mal que afecta o ambiente de negócios.

 

“Esta é uma das maiores exigências do sector privado: a brigada anti-rapto precisa ser operacionalizada porque, para nós, os raptos têm um grande impacto e, devido ao fenómeno, fala-se muito da emigração dos empresários”.

 

Por enquanto não estão disponíveis os dados sobre o número de indústrias e empresas comerciais fechadas devido aos raptos, mas é ponto assente que os homens de negócios estão a abandonar o país para investir fora.

 

“Neste momento, a CTA mostra-se bastante preocupada porque muitas vezes quando se fala de raptos no país, fala-se mais de cidadãos empresários de origem indiana, o que constitui uma grave discriminação. Significa que estamos a dizer que os raptos só acontecem contra os indianos. Apelamos a todos que retirem o uso desta linguagem porque os raptados são empresários moçambicanos ou são estrangeiros”, frisou Adelino Buque, um dos porta-vozes do encontro.

 

Por outro lado, Zuneid Sumail, outro porta-voz do encontro, lamentou o facto de os raptos estarem a afectar os empresários há 12 anos perante a incapacidade da Polícia da República de Moçambique (PRM) em estancar o mal.

 

“Decidimos fazer este encontro para juntar sinergias para podermos encontrar soluções e propostas para o Governo avançar na erradicação deste mal que afecta sobretudo a economia moçambicana e a sociedade”.

 

Zuneid Sumail frisou que neste momento existem muitas propostas para acabar com a onda de raptos, algumas das quais baseadas em experiências de outros países que lidaram com este tipo de problemas.

 

“Alguns agentes económicos estão também a pensar em paralisar as suas actividades em solidariedade para com as vítimas, mas por enquanto são apenas sugestões. Continuamos a privilegiar o diálogo para resolver o problema. Temos estado a pensar na ajuda da cooperação internacional, tendo em conta que outros países já viveram este tipo de situações”, explicou.

 

Mais adiante, Sumail referiu que os empresários dizem estar a notar com maior preocupação a fraca resposta do Governo em relação aos raptos.

 

“Têm sido detidas algumas pessoas ligadas aos raptos, mas é preocupante a forma como o Governo lida com estes casos. Ouvimos recentemente que a polícia estava a alguns metros do local onde ocorreu o recente sequestro, mas não reagiu e a população em algum momento acabou dando a melhor resposta”, concluiu Zuneid Sumail. (M. Afonso)

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