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quinta-feira, 13 janeiro 2022 07:06

Combate ao Terrorismo em Cabo Delgado: extensão da missão militar da SADC em Moçambique vai custar USD 29.5 Milhões

Depois de ter iniciado a ofensiva no ano passado e ter demonstrado vários avanços no Teatro Operacional Norte (TON), a missão militar da SADC que, em princípio, terminaria no dia 15 de Janeiro de 2022, foi prorrogada por mais três meses. Portanto, a extensão da missão da Força em Estado de Alerta da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) vai custar aos países-membros 29.5 milhões de USD norte-americanos, mas ainda está em análise como cada país irá contribuir.

 

A prorrogação da missão militar da SADC resulta da cimeira extraordinária da organização, realizada esta quarta-feira em Lilongwe, no Malawi.

 

PR Filipe Nyusi faz balanço positivo da cimeira

 

Falando no final da cimeira, Nyusi afirmou que o mandato da missão militar da SADC foi prorrogado até Abril, com a possibilidade de se estender por mais tempo, destacando que a fase a seguir é decisiva na luta contra o terrorismo. 

 

"A SADC decidiu por unanimidade prorrogar o mandato da missão militar por mais três meses, mas isso é apenas indicativo para permitir o planeamento da força, porque o terrorismo não termina num mês ou num ano. Naturalmente que as actividades contra o terrorismo terão que prosseguir", disse o estadista moçambicano.

 

Em relação ao custo da operação orçada em 29 milhões e meio de dólares, o chefe de estado também disse que esse montante é apenas uma base indicativa. "Eu deixaria essa matéria para os operativos porque a partir do momento que foram dados o mandato para continuar eles vão ver se o cenário justifica o aumento ou redução, ou mesmo a manutenção", explicou Filipe Nyusi.

 

Para o Presidente Nyusi, o combate ao terrorismo não se limita apenas à província de Cabo Delgado. "Os nossos amigos manifestaram a sua disponibilidade para apoiar o combate ao terrorismo não só em Cabo Delgado, mas em Moçambique, porque se os terroristas se movimentarem para qualquer ponto eles serão perseguidos", esclareceu o presidente da República. 

 

A cimeira extraordinária foi antecedida da reunião da Troika da SADC para cooperação nas áreas de política, defesa e segurança, realizada na terça-feira, em Lilongwe.

 

Intervindo na ocasião, Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, disse: "a situação de segurança está a melhorar em Cabo Delgado, o que permite que os deslocados internos possam regressar às suas zonas de origem e retomar as suas vidas, pelo que devemos renovar o compromisso de eliminar o terrorismo na nossa região". Ramaphosa garantiu: "há um progresso consolidado e existe uma relação de colaboração entre a SAMIM, as FDS e outras forças".

 

De acordo com o dirigente "a missão continua a necessitar de apoio para o cumprimento do seu mandato, sendo, por isso, urgente identificar as medidas necessárias para o sucesso da missão, porque o terrorismo não deve continuar a fazer-se presente na nossa região, uma vez que ele retrocede a estabilidade e os progressos que a SADC alcançou nas quatro décadas da sua existência".

 

Na reunião da Troika da SADC, realizada na terça-feira, estiveram presentes África do Sul, Angola, Botswana, Lesotho, Malawi, Moçambique, República Democrática do Congo, Tanzânia e Zimbabwe. De salientar que, há dias, Moçambique e Ruanda estenderam em Kigali a cooperação e a presença militar dos cerca de 2000 homens no país.

 

Importa referir que, em Julho do ano passado, entre os países da SADC, apenas África do Sul (983.368.057,00 Rands) e Angola (575.500 USD) é que anunciaram os seus orçamentos de participação na missão regional e os restantes membros não revelaram quanto custa a sua presença em Cabo Delgado, razão pela qual o Presidente da África do Sul disse que existem aspectos que precisam de ser cobertos para que a missão continue a ter sucesso. (Carta)

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