A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) anunciou hoje o adiamento para a próxima semana da cimeira extraordinária que vai debater a missão militar que apoia Moçambique no combate a grupos armados em Cabo Delgado.
Uma nota de imprensa distribuída hoje indica que o evento, que devia decorrer na sexta-feira em formato virtual, vai ser realizado na quarta-feira da próxima semana em Lilongwe, no Maláui.
A cimeira será presidida pelo chefe de Estado do Maláui, Lazarus Chakwera, que é atualmente o presidente em exercício da SADC, e vai ser antecedida, na terça-feira, pela cimeira extraordinária da Troika do Órgão, que integra o Botswana, Namíbia e África do Sul, bem como pelo Conselho de Ministros Extraordinário da organização sub-regional.
“A cimeira irá, entre outros assuntos, discutir o apoio para a operacionalização dos objetivos da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique [SAMIM, na sigla inglesa] para restaurar a paz e estabilidade em Cabo Delgado”, referia um outro comunicado da organização divulgado na terça-feira.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.(Lusa)