O distrito de Tambara, localizado no norte da província de Manica, tornou-se, nos últimos tempos, o epicentro da exploração desenfreada da madeira a nível daquela província do centro do país. Entre as espécies exploradas de forma abusiva está a umbila, o pau-ferro, pau-preto e a inchanha.
Ao que apuramos, as espécies em causa estão sendo delapidadas por empresas legalmente licenciadas, porém, com protecção de líderes locais e membros do Governo distrital de Tambara. Entre as empresas envolvidas, cita-se companhias com capitais chineses, moçambicanos e até portugueses.
As fontes contam que, entre os dias 05 e 08 de Novembro corrente, mais de 60 camiões carregados de madeira, organizados em quatro colunas, provenientes de Tambara, foram vistos no distrito de Vanduzi (província de Manica) a seguirem para o Porto da Beira, na província de Sofala.
Aliás, as fontes asseguram que diariamente dezenas de camiões carregados de madeira são vistos a circular na Estrada Nacional Nº 6 em coluna, saindo do distrito de Tambara com destino à cidade da Beira sem qualquer fiscalização.
Refira-se que dados do Governo moçambicano referentes a 2019 indicam que, das 6.000 espécies de madeira existentes no país, 200 estão na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e 22% são endémicas. Os distritos de Gondola, Sussundenga e Macate, na província de Manica, são os mais afectados pelo desmatamento e, ao que tudo indica, Tambara pode ser o próximo distrito a sofrer desmatamento.
Contactadas pela nossa reportagem, as autoridades do sector florestal na província de Manica não se mostraram abertas a falar em torno do assunto. (O.O.)