A notícia da Bloomberg sobre um iminente acordo entre o Credit Suisse e o Departamento de Justiça americano é um balde de água fria para as aspirações de Moçambique. O banco suiço quer evitar uma acção crime nos EUA, pagando uma multa. Se isso acontecer, significa que os EUA já não estão interessados no caso. Boustani foi ilibado, agora estão a negociar com o banco suíço. Logo, a extradição de Manuel Chang para lá já não faz sentido. Melhor é mesmo ele ser extraditado para Moçambique.
O grande efeito perverso deste provável acordo é que ele enfraquece as acção da nossa PGR em Londres contra o Credit Suisse. Sem uma acção criminal paralela nos EUA, a PGR fica sem um aliado de peso e, portanto, as possibilidades de ganhar ficam reduzidas. “Carta” sabe que o Credit Suisse estava a tentar negociar com o Governo moçambicano um acordo no âmbito do qual pagaria a Maputo 500 milhões de USD e a acção contra si, em Londres, seria retirada. O Governo terá recusado. E as coisas entraram agora nesta encruzilhada. Mas a grande questão é: ainda vamos a tempo de recuperar os 500 milhões de USD do calote que estão no Dubai?