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terça-feira, 18 maio 2021 03:52

DDR já não será concluído em Junho próximo – avança Nyusi

Já não será em Junho próximo que ficará concluído o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo, tal como prometera o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, aquando da comemoração do 45º aniversário da independência nacional, a 25 de Junho de 2020.

 

A informação foi avançada este domingo, pelo próprio Presidente da República, durante o encontro que manteve, em Paris, capital francesa, com os cidadãos moçambicanos residentes naquele país europeu. Lembre-se, Nyusi encontra-se em Paris, em visita de trabalho de três dias (de 16 a 18 de Maio), a convite do seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

 

No encontro com os cidadãos moçambicanos residentes na França, o Chefe de Estado moçambicano não avançou a nova data para a conclusão do processo, tendo garantido apenas que o DDR já foi executado em 44%. Ou seja, que mais de 2.500 guerrilheiros, dos cerca de 5.000 previstos, ainda não foram desmobilizados.

 

Segundo Filipe Nyusi, o atraso na conclusão do processo deve-se à falta de fundos, um constrangimento causado pela pandemia do novo coronavírus. Explica que os parceiros de cooperação, que se comprometeram a financiar o processo, viram as suas economias regredirem, devido aos efeitos causados pela Covid-19.

 

Aliás, a falta de fundos tem sido recorrentemente apontada como responsável pelo atraso do processo. Lembre-se que o DDR arrancou, oficialmente, a 29 de Julho de 2019, porém, permaneceu em “banho-maria” quase um ano, tendo sido retomado no início do mês de Junho de 2020, com o encerramento da primeira base da Renamo, no Posto Administrativo de Savane, distrito de Dondo, província de Sofala.

 

O processo de DDR prevê abranger cerca de 5.000 guerrilheiros da Renamo, porém, até Dezembro de 2020, tal como avançou Filipe Nyusi, durante a apresentação do Informe sobre a Situação Geral da Nação, haviam sido desmobilizados 1.490 guerrilheiros, entregues 192 armas e 4.139 munições de diverso calibre. Também tinham sido encerradas as bases de Savane, Muxúnguè, Inhaminga, Chemba, Marínguè e Mabote.

 

Em Março último, o processo escalou a província de Manica, onde se previa desmobilizar 782 guerrilheiros, não havendo informações se o processo fora ou não concluído naquela parcela do país.

 

Sublinhar, entretanto, que o DDR tem sido ensombrado pelos ataques militares, que vêm sendo perpetrados pela auto-proclamada Junta Militar da Renamo, um movimento dissidente da Renamo, que diz contestar a liderança de Ossufo Momade. (Carta)

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