Sir Motors
Está sendo cada vez mais difícil provar a tese de que a efedrina é um produto usado para o fabrico de bolos, tal como avançou o empresário Minoj Hassam e o seu advogado, Casemiro Filipe, após a detenção daquele homem de negócios, em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, na posse de 180 Kg de efedrina, uma substância usada para produção de drogas, como metanfetamina e anfetamina.
A nossa reportagem efectuou, esta semana, visitas à alguns supermercados da cidade de Maputo, citados pelo advogado de defesa como potenciais vendedores do produto, mas não localizou sequer um grama de efedrina a venda.
Lembre-se que, em entrevista à Zumbo FM, estação radiofónica baseada em Pemba, o advogado de Minoj Hassam afirmou que o produto apreendido na posse do seu cliente é comercializado nas cidades de Maputo e Pemba, sendo potenciais vendedores os supermercados VIP, Recheio e Shoprite, porém, “Carta” esteve nestes locais, mas sem sucesso (efedrina à venda).
No trabalho realizado pela “Carta”, apenas foi possível apurar a empresa distribuidora do produto usado para a decoração de bolos, denominado chantilly. A empresa chama-se Kooc e está localizada na Avenida 25 de Setembro, na baixa da capital do país, sendo que o produto é embalado em sacos plásticos da marca Biagio, idênticos aos que foram encontrados com o empresário.
Na interação que tivemos com alguns trabalhadores, apuramos que um saco de 10 Kg do referido produto (chantilly) custa 4.000,00 Meticais e os pacotes de 250 Gramas são vendidos a 150,00 Meticais. Os funcionários garantiram que o produto embalado serve para decoração de bolos caseiros e industriais, entretanto, quando pedimos vê-lo, uma funcionária impediu-nos, porém, não conseguiu impedir-nos de fazer as respectivas fotografias. Constatamos ainda que o produto não é publicitado e muito menos permite-se a entrada dos clientes no estabelecimento.
Referir que a detenção de Minoj Hassam, antigo Vereador de Economia e Finanças do Município de Pemba e ex-funcionário da Fundação Aga Khan, está a agitar diferentes grupos empresariais (em Pemba e Maputo), porém, a pressão de algumas organizações internacionais que trabalham no combate ao tráfico internacional de drogas dificulta a tão almejada soltura do empresário. (O.O. & Carta)
