Em Relatório de Conjuntura Económica e Perspectiva de Inflação, o Banco de Moçambique revela que o crédito concedido pelas instituições financeiras nacionais à economia mantém a tendência de crescimento, o que poderá atenuar o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, depois do crescimento negativo de 3 pontos percentuais no segundo trimestre.
“O crédito ao sector privado continua a incrementar, o que espelha a redução da taxa de juro de política monetária, tendo entre Maio e Junho incrementado, em 2,9%, passando a variação acumulada a ser de 7,7%, em Junho, após 6,9%, em Maio. Em termos anuais, o crédito à economia registou um acréscimo de 7,8 pp para 10,1% em Junho de 2020”, aponta o informe.
Publicado há dias, o Relatório do Banco Central detalha que da distribuição do crédito à economia por sectores institucionais, o sector privado (empresas e particulares) foi o que mais contribuiu para a variação acumulada, sendo que as empresas públicas não financeiras registaram contribuições menos expressivas.
Em termos de moedas, a nossa fonte mostra que grande parte dos créditos à economia foi em moeda nacional, com uma participação de 8,2 pontos percentuais (pp), na variação total, sendo o remanescente (de 1,9 pp) da componente em moeda estrangeira.
“Com as iniciativas do Governo de apoiar o sector empresarial, no âmbito da mitigação dos impactos da Covid-19, sobretudo, nas Pequenas e Médias Empresas, é de prever que o crédito continue a crescer nos próximos meses”, perspectiva o Banco Central.
Entretanto, o Relatório adverte que, apesar da melhoria das condições de financiamento, os riscos e incertezas à economia nacional mantêm-se elevados, a avaliar pelo aumento da dívida pública interna que, em Junho último, saiu de 160.135 milhões de Meticais para 162.424 milhões de Meticais em Agosto passado, um valor que equivale a 15.9% do PIB. (Evaristo Chilingue)