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terça-feira, 25 agosto 2020 03:52

Ataque ao Canal de Moçambique: Nyusi quer autores na barra da justiça

Na onda de reacções em torno do incêndio às instalações do jornal Canal de Moçambique, o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, não ficou indiferente ao ocorrido, tendo também condenado com veemência o sucedido.

 

Numa nota publicada na sua página pessoal do Facebook, Filipe Nyusi afirmou: “a Liberdade de Imprensa é um pilar da democracia e conquista dos moçambicanos que deve ser protegida”, pelo que, “instruímos as autoridades a investigar e trazer os perpetradores à barra da justiça”.

 

A Redacção do semanário Canal de Moçambique, lembre-se, foi incendiada na noite do último domingo, por indivíduos ainda desconhecidos, num acto descrito como atentado à liberdade de imprensa e ao direito à informação.

 

Segundo o Editor do Jornal, Matias Guente, o incêndio causou um prejuízo avaliado entre 400 a 500 mil Meticais, pela destruição de diversos bens, com destaque para o equipamento informático e mobiliário.

 

Porém, Guente defende que os malfeitores “queimaram o escritório, mas não queimaram as nossas consciências”, pelo que, o jornal continuará a operar. “Queimaram o papel, mas não queimaram o papel que o Canal de Moçambique tem na sociedade moçambicana”, sublinhou.

 

Já o Comité de Emergência para a Protecção das Liberdades (CEPL), um grupo de jornalistas e activistas de defesa de Liberdades de Imprensa e de Expressão, entende que o acto se afigura como um “claro atentado à própria liberdade de expressão” e que o mesmo está relacionado aos casos de corrupção, reportados pelo jornal e que levaram o seu Editor, Matias Guente, a uma audição na Procuradoria-Geral da República.

 

Segundo Fátima Mimbire, porta-voz do grupo, as autoridades competentes devem esclarecer o caso, no mais curto espaço de tempo possível, assim como devem fazer cessar as “actividades persecutórias e de intimidação contra órgãos de comunicação social e jornalistas”.

 

Já o Presidente do Conselho de Administração da Mediacoop, proprietário dos jornais SAVANA e MediaFax, Fernando Lima, referiu: “o que falta é começarmos a ser eliminados fisicamente”, lembrando que é no mandato de Filipe Nyusi que mais se registaram ataques a jornalistas, académicos, activistas sociais e políticos (da oposição), apesar de ter garantido que “no seu coração cabem todos os moçambicanos”. (O.O.) 

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