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segunda-feira, 01 junho 2020 05:37

Macomia de novo sob controlo das autoridades - governador

O governador da província de Cabo Delgado anunciou ontem que a vila de Macomia está de novo sob controle das Forças de Defesa e Segurança (FDS), após ataques de rebeldes armados desde quinta-feira. Numa declaração a jornalistas em Pemba, capital provincial, Valige Tauabo anunciou a "restauração da acalmia" com "regresso das famílias às suas residências" depois de uma debandada geral.

 

O governador disse que está em curso um levantamento da destruição causada, desconhece-se que haja registo de mortes entre civis, mas houve "líderes dos malfeitores" atingidos pelas FDS, acrescentou, em linha com o que foi anunciado no sábado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, sobre a possível morte de cabecilhas.

 

Valige Tauabo referiu ainda que os moradores que estão a regressar primeiro a Macomia e aldeias em redor estão a saquear as habitações de vizinhos, apelando à ordem. Grupos armados classificados como terroristas e afiliados ao movimento 'jihadista' Estado Islâmico atacaram desde quinta-feira Macomia, a principal vila do centro da província.

 

Trata-se do mais conhecido ponto de encontro a meio da estrada asfaltada que liga o norte ao sul da província, com uma agência bancária, vários serviços, estabelecimentos comerciais e sede de um distrito com cerca de 100 mil habitantes.

 

A incursão aconteceu depois de uma intensificação da violência desde março e que levou à ocupação de outras vilas como Mocímboa da Praia, Quissanga e Muidumbe, com relatos de dezenas de mortes entre civis, insurgentes e militares. Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataque desde outubro de 2017, por insurgentes classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.

 

Desde há um ano o grupo ‘jihadista' Estado Islâmico passou a reivindicar algumas das incursões. Em dois anos e meio de conflito estima-se que já tenham morrido, no mínimo, 550 pessoas e que cerca de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a refugiar-se em lugares mais seguros, perdendo casa, hortas e outros bens.  (Lusa)

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