O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que a dívida do país vai continuar a disparar este ano por efeitos da crise provocada pela Covid-19. Numa análise publicada esta quarta-feira (15), o FMI demonstra que, em 2019, a dívida externa de Moçambique situou-se em 93.3% do Produto Interno Bruto (PIB), um nível insustentável. Ainda assim, na análise, a instituição aponta que, para este ano, a dívida oficial externa de Moçambique vai disparar para 105.1% do PIB e, em 2021, irá subir ainda mais para 108.1% do PIB.
Denominada “Perspectivas Económicas da África Subsaariana”, a análise do FMI demonstra que, para além da dívida externa, a dívida do Governo também vai tender a subir durante 2020. Depois de se fixar em 109.0%, em 2019, aponta o documento, este ano, irá subir para 125.4% e, em 2021, poderá registar uma ligeira queda para 124.9% do PIB.
Da mesma análise, aquela instituição financeira internacional reporta que as reservas de importação de bens e serviços deverão registar uma queda, este ano, para 2.4 meses, contra 3.2 meses de cobertura conseguidos em 2019. A fonte acrescenta que, por efeitos da crise provocada pela pandemia do coronavírus, as referidas reservas em moeda externa poderão degradar-se ainda mais para apenas 2 meses em 2021.
Devido ao elevado excesso da dívida no geral, fortes relações comerciais com a Europa e China (cujas economias também estão a ser severamente afectadas pela pandemia) e baixa qualidade do Sistema de Saúde Nacional, o FMI concluiu que o PIB de Moçambique vai cair para 2.2% contra 4% que eram espectáveis. Todavia, em 2021, a instituição espera que a economia moçambicana cresça 4.7%. (Evaristo Chilingue)