Foi durante a conferência de doadores, realizada entre os dias 31 de Maio e 01 de Junho de 2019, na cidade da Beira, província de Sofala, e que por sinal foi a mais afectada pelo Ciclone Tropical Idai, que os parceiros de cooperação do Governo de Moçambique garantiram a doação de 1.2 bilião de USD, dos 3.2 biliões USD necessários para a reconstrução pós-ciclones.
Entretanto, de acordo com os dados do Gabinete de Reconstrução Pós-ciclones (GREPOC), dos 17 parceiros que prometeram, naquele encontro, ajudar o país na reconstrução pós-ciclones, apenas dois é que assinaram acordos de financiamento, nomeadamente, o Banco Mundial (BM) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Porém, só o BM é que já adiantou uma parte do valor.
Segundo a instituição liderada pelo Engenheiro Francisco Pereira, dos 470 milhões de USD prometidos e garantidos pelo BM, apenas 55 milhões de USD é que entraram nos cofres do Estado moçambicano, tendo sido aplicados nas obras de emergência, sobretudo nos sectores das estradas, águas e agricultura.
Por sua vez, o BAD prometeu, na Beira, alocar 95 milhões de USD, mas só assinou um acordo de 50 milhões de USD (destinados ao sector meteorológico), não havendo informações sobre os restantes 45 milhões de USD (destinados à recuperação económica).
No seu informe, o Gabinete de Reconstrução não apresenta dados sobre os restantes parceiros que deixaram suas promessas naquele evento, nomeadamente: União Europeia (prometeu 200 milhões de Euros); Fundo Monetário Internacional (118 milhões de USD); União Africana (28 milhões de USD); Reino Unido (48 milhões de USD); Estados Unidos da América (100 milhões de USD); Rede Aga Khan (18 milhões de USD); Japão (150 milhões de USD); Alemanha (23 milhões de Euros); Suécia (25.5 milhões de USD); Noruega (25 milhões de USD); Reino dos Países Baixos (16 milhões de USD); Espanha (11 milhões de Euros); Bélgica (9 milhões de Euros); Canada (7 milhões de USD); Itália (5.6 milhões de USD).
No entanto, o Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones diz ter recebido garantias de financiamento, vindo de outros parceiros que não se pronunciaram no evento. São eles: o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que assinou um acordo de 7.6 milhões de USD; e a Fundação Budista de Alívio e Compaixão (Tzu Chi), que rubricou um acordo de 60 milhões de USD.
A lista de acordos assinados com parceiros que não se pronunciaram durante o encontro da Beira inclui ainda a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), que também assinou um acordo de financiamento, equivalente a 500 mil de USD – para o Projecto de Fortalecimento da Resiliência nas regiões atingidas pelo Ciclone Idai; a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que garantiu um financiamento de 01 milhão de USD para reabilitação e recuperação de infra-estruturas; e a Associação Moçambicana de Bancos, que assegurou um financiamento de 34 milhões de Mts, destinados à reabilitação do Hospital Central da Beira.
O Informe diz ainda que as Organizações do Sistema das Nações Unidas e Organizações Não-Governamentais desembolsaram 143 milhões de USD, destinados aos sectores de educação e saúde. (Marta Afonso)