O presidente do Instituto Nacional de Petróleos (INP) de Moçambique disse que espera até junho pela decisão final de investimento do consórcio da área 4 de exploração de gás no Norte do país. Carlos Zacarias, líder da entidade reguladora, disse hoje em conferência de imprensa, em Maputo, que a decisão deve ser tomada "o mais breve possível, até finais deste semestre".
O momento, que marca o início da contagem decrescente para que a produção comece - e que no setor recebe a sigla de FID, do inglês ‘final investment decision' - está nesta altura dependente da formalização do compromisso, já acordado entre todos os sócios. A decisão envolve a exploração da jazida Mamba da Bacia do Rovuma, um investimento que pode ascender a 25 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros) com arranque de produção prevista para 2025.
O mesmo consórcio vai também explorar uma jazida mais pequena designada Coral Sul com um navio plataforma que vai ficar ancorado em permanência no alto mar por cima da jazida.
A construção do navio está a mais de 60% do processo e está marcado para final de 2021 o rebocamento para o Canal de Moçambique, para começar a extrair e produzir gás natural liquefeito em 2022.
A Área 4 é operada pela MRV, uma 'joint venture' copropriedade da ExxonMobil, Eni e Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC), que detém 70 por cento de interesse participativo no contrato de concessão para pesquisa e produção naquela área.
A Galp, KOGAS e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique detêm, cada uma, 10% de interesse participativo. Um outro consórcio liderado pela Total é responsável pela exploração da Área 1 e tomou a FID em 2019, esperando-se que a produção arranque em 2024 e que o investimento ronde também 25 mil milhões de dólares.
A extração de gás dos projetos do Rovuma vai funcionar ao largo da costa da província Norte de Cabo Delgado através de tubagens submarinas, sendo a liquefação feita em terra, numa fábrica em construção na nova cidade do gás, que está a ser edificada em Palma, península de Afungi, onde as petrolíferas partilharão infraestruturas. A região enfrenta uma onda de violência armada desde 2012, mas apesar da ameaça os investimentos têm continuado. (Lusa)