O Ministério da Energia e Recursos Minerais (Mireme) de Moçambique confirmou ontem a morte de 11 garimpeiros, devido a um desabamento numa mina de rubis no Norte do país, adiantando que entre as vítimas está um cidadão da Guiné-Bissau.
As mortes já tinham sido anunciadas pela Montepuez Rubi Mining (MRM), a empresa concessionária da mina onde ocorreu o desabamento.
"Morreram 11 pessoas em três momentos diferentes. A primeira morte aconteceu no dia 04 [deste mês], quando uma parede de uma área de extração ilegal ruiu e caiu sobre a vítima, na noite do dia 04 para 05 morreram mais duas pessoas na mesma área e de ontem [quarta-feira] para hoje morreram oito pessoas", disse o inspetor-geral do Mireme, Obete Matine.
A área onde ocorreram as mortes são taludes de rubis já explorados e que ficam movediços devido à chuva que cai na região por estas alturas, afirmou Obete Baloi.
"Com a chuva, os taludes não estão seguros, não são compactos, são movediços e quando são atacados por baixo desabam", explicou Baloi.
A maior parte das 11 mortes aconteceu de noite, porque nesse período a segurança da empresa concessionária é pouco eficaz, observou o inspetor-geral do Mireme.
Com as mortes registadas em Montepuez, sobem para mais de 30 as vítimas mortais devido a acidentes envolvendo mineiros ilegais em Moçambique, desde o início deste ano.
Obete Matine assinalou que a presença de um cidadão da Guiné-Bissau entre as vítimas de Montepuez é mais uma prova de que a mineração ilegal e o contrabando de minérios é um negócio movimentado por redes internacionais.
As outras 10 vítimas são da província de Nampula, no Norte do país.
O inspetor-geral do Mireme estimou em "biliões de meticais" os prejuízos que o Estado moçambicano regista anualmente com o contrabando de minérios.
A MRM apresenta-se como a principal investidora na extração de rubis em Moçambique, com cerca de 33 mil hectares de concessão em Montepuez, sendo detida em 75% pela Gemfields e em 25% pela Mwiriti Limitada.
(Lusa)