O esclarecimento do incidente ocorrido no passado dia 30 de Setembro de 2019, no Aeroporto Internacional de Maputo, em que uma aeronave da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) – modelo Embraer 145, com matrícula C9MEH – saiu da pista, ainda está “refém” das comunicações trocadas no cockpit entre o Comandante da aeronave e o seu Co-piloto.
A informação foi transmitida, esta quinta-feira, 09 de Janeiro, pelo Presidente do Conselho de Administração da Moçambique Expresso (MEX), subsidiária da LAM, que opera a aeronave. Adamo Bashir garantiu já estar na posse do Relatório Preliminar, elaborado pela Comissão de Inquérito, liderada pelo Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), constituída para esclarecer o caso. Disse, porém, que não podia avançar qualquer dado por o relatório ainda não estar finalizado.
“Ainda estamos à espera da gravação do avião para podermos contestar ou divulgarmos. Prometeram mandar-nos esta semana. Se tivermos esta semana, então na próxima poderemos ouvir e fazer os nossos comentários”, disse Adamo Bashir, em conversa com “Carta” sobre os resultados da Comissão de Inquérito.
“É importante sabermos qual foi a comunicação dentro do avião entre os pilotos para sabermos se houve uma falha humana ou de comunicação entre eles”, explicou.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração do IACM, João Abreu, após a conclusão do Inquérito, o Relatório Preliminar foi submetido ao operador para emitir o seu parecer, antes da sua divulgação.
“O relatório foi concluído ainda no ano passado e foi entregue, em Dezembro, ao operador. Neste momento, aguardamos a resposta do operador”, disse João Abreu, contactado pela nossa reportagem.
Lembre-se que o Embraer 145 da saiu da pista, por volta das 16:50 horas do dia 30 de Setembro de 2019, quando o voo TM 165 partia da cidade portuária de Nacala, na província de Nampula, para a capital moçambicana, tendo feito escala na cidade da Beira. A bordo, seguiam 25 passageiros e quatro membros da tripulação que, entretanto, saíram ilesos.
Na altura, a LAM afirmou, em comunicado de imprensa, que “a tripulação sentiu um deslize rápido e repentino da aeronave, tendo tomado de imediato os procedimentos para fazer o movimento inverso, de modo a mobilizar a aeronave”. Sublinhe-se que o vento soprava a uma velocidade de 50 Km/h.
Questionado sobre o estado da aeronave, o PCA da MEX disse estarem à espera dos mecânicos americanos para fazer a reparação, algo que poderá acontecer entre finais deste mês e princípios do próximo mês.
“Se tudo correr bem, vamos ter os técnicos no final deste mês ou princípio do próximo mês. O avião teve danos, mas não muito grandes”, assegurou a fonte, sem revelar o valor necessário para a operação.
“Já temos mais ou menos uma avaliação do custo. Mas, posso dar-te na altura em que formos a dar a comunicação final”, garantiu a fonte. (Abílio Maolela)