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segunda-feira, 23 dezembro 2019 08:29

Eleições 2019: MDM “boicota” cerimónia de validação e proclamação dos resultados

Não é nenhuma novidade, mas continua sendo uma prática que não deixa de manchar os processos eleitores, na chamada “pérola do Índico”. Depois de não ter marcado presença na cerimónia de divulgação dos resultados eleitorais, organizada pela Comissão Nacional de Eleições a 27 de Outubro último, na capital do país, o terceiro maior partido político do país, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), volta a “gazetar” uma cerimónia ligada às Eleições Gerais de 15 Outubro último.

 

Desta vez, aquela formação política não irá marcar presença na cerimónia de leitura do Acórdão de Validação e Proclamação dos Resultados das VI Eleições Gerais e das III Assembleias Provinciais, a ter lugar na manhã desta segunda-feira, em Maputo. O evento é organizado pelo Conselho Constitucional (CC) e está agendado para às 11 horas, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.

 

A informação foi confirmada à “Carta” pelo porta-voz do MDM, Sande Carmona, que disse que a decisão deve-se ao facto de aquela organização política não concordar, desde o início, com o processo que culminou com a reeleição de Filipe Nyusi para a Presidência da República e com a escolha, pela primeira vez, dos 10 Governadores provinciais, sendo que todos são provenientes da Frelimo.

 

“Não iremos nos fazer presente, uma vez que desde o princípio deste processo [das eleições] não reconhecemos o que está sendo propalado pelo partido Frelimo, juntamente com os órgãos eleitorais e, desta vez, não irá fugir da regra. O CC [Conselho Constitucional] irá fazer, realmente, o cumprimento escrupuloso das regras ditadas pelo partido Frelimo, em relação ao processo. Por isso, não é do interesse do MDM participar nesta traição ao povo moçambicano que o partido Frelimo está a fazer. Não queremos compactuar com este comportamento”, disse Carmona ao nosso jornal.

 

Questionado se a atitude significava um protesto aos resultados divulgados pela CNE, no último domingo do mês de Outubro, Carmona respondeu: “não é uma questão de protestar como tal. O que estamos a dizer é que não queremos compactuar com a traição ao povo moçambicano. O protesto já foi feito na devida altura”, explicou a fonte.

 

Por seu turno, a Renamo, o segundo maior partido do país, não clarificou a sua situação. “Carta” tentou entabular uma conversa com o porta-voz do partido, José Manteigas, mas este afirmou que o assunto era da competência do Mandatário do partido, Venâncio Mondlane, que entretanto não correspondeu a nossa solicitação.

 

O partido liderado por Ossufo Momade também boicotou o evento organizado pela CNE, alegando que não concordava com os resultados por entender que os mesmos não refletem a vontade do povo moçambicano.

 

Entretanto, quem marcará presença, como sempre o tem feito, é o partido Frelimo que será representado pela sua Mandatária Nacional Verónica Macamo, actual Presidente da Assembleia da República (AR).

 

Refira-se que os resultados das eleições do dia 15 de Outubro dão vitória a Filipe Nyusi (Frelimo) com 73%, contra os 21,88% de Ossufo Momade (Renamo) e 4,8% de Daviz Simango (MDM). Mário Albino (AMUSI) amealhou 0,73%. (Carta)

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