Zuneid Sidat, empresário moçambicano de futebol, radicado em Portugal, diz que os 850 mil USD que se alega ter ele recebido das “dívidas ocultas”, de acordo com uma revelação do CIP, citando evidências apresentadas no julgamento de Jean Boustani em Nova Iorque, tem a ver com uma moradia que ele vendeu em 2013, mas a uma pessoa distinta de António Carlos Rosário.
Zunei Sidat disse, ontem, em conversa telefónica com “Carta”, que nunca imaginou que o dinheiro recebido era de origem duvidosa. “Só vim a saber que se trata de dinheiro das chamadas ‘dívidas ocultas’ através do artigo do CIP”, disse ele.
Em 2013, explicou, ele já se tinha mudado para Portugal, para prosseguir com o seu negócio de agenciamento de jogadores de futebol profissional, sobretudo na vertente “exportação” de atletas moçambicanos para a Europa. Decidiu vender a sua casa para suportar os custos dessa mudança, que envolvia fixar a família em Lisboa. Colocou a moradia no mercado, tendo fixado o preço em 850 mil USD. “Não vendi a casa ao primeiro interessado, mas a quem se mostrou disposto a pagar numa única prestação”, conta Zuneid.
O dinheiro foi transferido para sua conta conjunta com a esposa e ele e família partiram para viver em Lisboa. Esta semana, quando as revelações do julgamento de Boustani vieram à tona, ele ficou surpreendido, disse. “Não sabia que podia ser dinheiro de origem duvidosa”. Zuneid considera-se um homem tranquilo e diz estar disposto a fornecer, se necessário, à justiça, toda a informação documental relacionada com a transação. (Carta)