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quinta-feira, 17 outubro 2019 15:28

EISA diz que escrutínio realizou-se em contexto de “profunda desconfiança”

O Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA, na sigla inglesa), uma organização africana, considerou hoje que as eleições gerais moçambicanas realizaram-se num ambiente de "profunda desconfiança", mas assinalou a "calma e boa organização da votação".

 

"A falta de confiança pública nas instituições têm moldado o ambiente político em Moçambique e a situação em 2019 não é diferente", declarou o antigo Presidente do Gana, John Mahama, que chefia a missão de observação do EISA.

 

 

O representante da organização não-governamental falava em conferência de imprensa de anúncio de avaliação preliminar das missões de observação internacionais às eleições gerais de terça-feira em Moçambique.

 

Entidades consultadas pelo EISA expressaram a sua desconfiança em relação às autoridades eleitorais, Governo e polícia, acrescentou.

 

John Mahama referiu-se especialmente aos órgãos eleitorais, assinalando que a natureza político-partidária da sua composição retira-lhes competência, independência e profissionalismo.

 

"O caráter partidário da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral deve ser repensado", declarou o chefe da missão de observação eleitoral do EISA.

 

O facto de muitos observadores eleitorais não terem conseguido dos órgãos eleitorais a credenciação para o acompanhamento da votação, uma falha que comprometeu a abrangência do seu trabalho, também foi criticado.

 

O EISA queixou-se de que cerca de três mil observadores da organização não estiveram presentes no dia da votação, porque não receberam credenciais dos órgãos eleitorais.

 

Apesar das críticas, o chefe da missão de observação eleitoral do EISA considerou o escrutínio calmo e bem organizado, elogiando Moçambique por realizar regularmente o sufrágio universal.

 

"No dia da votação, a atmosfera foi calma e os moçambicanos mostraram a vontade de votar. O processo foi, no geral, bem organizado, apesar de incidentes isolados", disse John Mahama.

 

Desde terça-feira, após o encerramento das urnas, que decorre a contagem de votos nas 20.162 mesas em que os moçambicanos votaram para escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.

 

A lei prevê que o anúncio oficial dos resultados seja feito pela Comissão Nacional de Eleições até dia 30, mas o apuramento de cada uma das 11 províncias deve ser conhecido dias antes. (Lusa)

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