O representante da organização não-governamental falava em conferência de imprensa de anúncio de avaliação preliminar das missões de observação internacionais às eleições gerais de terça-feira em Moçambique.
Entidades consultadas pelo EISA expressaram a sua desconfiança em relação às autoridades eleitorais, Governo e polícia, acrescentou.
John Mahama referiu-se especialmente aos órgãos eleitorais, assinalando que a natureza político-partidária da sua composição retira-lhes competência, independência e profissionalismo.
"O caráter partidário da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral deve ser repensado", declarou o chefe da missão de observação eleitoral do EISA.
O facto de muitos observadores eleitorais não terem conseguido dos órgãos eleitorais a credenciação para o acompanhamento da votação, uma falha que comprometeu a abrangência do seu trabalho, também foi criticado.
O EISA queixou-se de que cerca de três mil observadores da organização não estiveram presentes no dia da votação, porque não receberam credenciais dos órgãos eleitorais.
Apesar das críticas, o chefe da missão de observação eleitoral do EISA considerou o escrutínio calmo e bem organizado, elogiando Moçambique por realizar regularmente o sufrágio universal.
"No dia da votação, a atmosfera foi calma e os moçambicanos mostraram a vontade de votar. O processo foi, no geral, bem organizado, apesar de incidentes isolados", disse John Mahama.
Desde terça-feira, após o encerramento das urnas, que decorre a contagem de votos nas 20.162 mesas em que os moçambicanos votaram para escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.
A lei prevê que o anúncio oficial dos resultados seja feito pela Comissão Nacional de Eleições até dia 30, mas o apuramento de cada uma das 11 províncias deve ser conhecido dias antes. (Lusa)