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sexta-feira, 10 maio 2019 05:59

Comissão Eleitoral Independente na África do Sul anuncia detenções por alegada fraude eleitoral

Quatro pessoas foram detidas, na África do Sul, por alegada fraude eleitoral, através de votação múltipla, nas eleições legislativas, desta quarta-feira, anunciou ontem, em Pretória, o presidente da Comissão Eleitoral Independente (IEC).

 

 

Sy Mamobolo disse, em conferência de imprensa no centro nacional do IEC, que o organismo eleitoral pretende avançar com uma queixa-crime contra os eleitores alegadamente envolvidos em fraude eleitoral, sem no entanto precisar mais pormenores.

 

"Isso terá de ser determinado por um processo científico, através da auditoria que estamos a fazer por forma a garantir a integridade do processo, verificar a sua ocorrência e identificar se terá impacto material no resultado final. Estamos a trabalhar em articulação com as autoridades para assegurar a capacidade necessária para concluir o mais breve possível o processo de investigação", adiantou.

 

"A Comissão não pretende manter o país em suspense, mas queremos que os resultados sejam declarados com grau de credibilidade", sublinhou Sy Mamabolo aos jornalistas.

 

Todavia, um responsável do IEC, na província do KwaZulu-Natal, citado pela imprensa local e nacional, disse que há "20 detenções por votação múltipla" naquela província do litoral do país, contradizendo as declarações do órgão eleitoral.

 

Os partidos de oposição Combatentes da Liberdade Económica (EFF), Partido da Liberdade Inkatha (IFP) e Aliança Democrática (DA) apresentaram hoje objeções junto do órgão eleitoral e questionaram a credibilidade do processo organizado pela Comissão Eleitoral Independente.

 

"As alegações são graves. Além do facto de termos provas de que milhares de eleitores votaram mais de uma vez, houve falta de boletins de voto, mesas de voto que não abriram, mesas de voto que encerraram antes da hora, e má organização do processo na generalidade por parte do IEC", disse James Selfie, do Conselho Federal do DA em declarações ao canal de televisão ENCA.

 

Cerca de 28 milhões de eleitores foram chamados a votar, pela sexta vez desde o fim do 'apartheid' em 1994, o futuro político da África do Sul, após uma década de fraco crescimento económico, aumento da corrupção no Estado e tensões raciais.

 

As eleições para uma nova Assembleia Nacional e nove legislaturas provinciais são as mais contestadas na África do Sul, desde a queda do 'apartheid' em 1994, e tidas como barómetro da liderança do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), do Presidente, Cyril Ramaphosa, que substituiu em fevereiro de 2018 Jacob Zuma, afastado do cargo presidencial pela liderança do partido por vários escândalos de corrupção.

 

ANC na liderança

 

Numa altura em que estão contabilizados cerca de metade dos votos das eleições gerais de quarta-feira (08 de maio), o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), lidera a contagem com 57% dos votos, de acordo com os resultados anunciados, esta quinta-feira (09) pela Comissão Eleitoral Independente.

 

Em segundo lugar surge a Aliança Democrática (DA), o maior partido da oposição, com cerca de 23% e logo depois os Combatentes da Liberdade Económica (EFF), o partido radical fundado por Julius Malema, com cerca de 9%. (DN.PT e DW)

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