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sexta-feira, 03 maio 2019 06:48

Armadores do banco de Sofala zangados com o Ministério das Pescas

Está à vista um azedar de relações entre os armadores do banco de Sofala e o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), dirigido por Agostinho Mondlane. Segundo alguns armadores, em conversa com “Carta”, em causa está o facto de, mais de um mês após a passagem do Ciclone Idai, nenhum dirigente de nível central daquele ministério se ter deslocado à província de Sofala, em particular à cidade da Beira, para, no mínimo, solidarizar-se com eles e avaliar os estragos causados pela catástrofe.

 

 

Os armadores (cuja identidade omitimos por razões óbvias) referem que, depois de participar da Sessão do Conselho de Ministros alargada aos governadores provinciais e presidentes dos Conselhos Autárquicos afectados pela intempérie, que teve lugar no dia 19 de Março, na Beira (poucos dias após o IDAI), Mondlane não mais foi visto na zona de Sofala, cujo banco representa hoje um importante activo para a economia pesqueira nacional.

 

A atitude de Mondlane, interpreta a classe, demonstra um descompromisso total com o sector e o trabalho que os operadores vêm desenvolvendo no banco de Sofala. O ciclone Idai destruiu várias infra-estruturas e diversos equipamentos. Refira-se que, ao longo daquela área de pesca, operam mais de 30 empresas, entre industriais, semi-industriais (privados e cooperativas) e alguns pescadores artesanais. Muitos viram, na madrugada do dia 15 de Março, suas embarcações a serem levadas pela fúria dos ventos fortes e das águas.

 

Em consequência do IDAI, algumas cooperativas semi-industriais têm, até ao momento, suas actividades paralisadas, com destaque para a Sul Pescas, Pescas Beira, TG Pescas, Sul Services, Pemol, entre outras. Também há embarcações de grandes empresas, como a Pescamar, Efripel, Sotrabel, paralisadas. Apesar deste cenário, nenhum governante foi à Beira inteirar-se dos problemas. (Omardine Omar)

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