Ao oitavo dia consecutivo da campanha eleitoral, o Presidente da Renamo e candidato a Chefe de Estado, Ossufo Momade, saiu, pela primeira vez, à rua para pedir votos aos mais de 17 milhões de eleitores que, no próximo dia 9 de Outubro, terão de eleger o novo Presidente da República, a nova Assembleia da República, os novos governadores e os novos membros das Assembleia Provinciais.
Ausente do espaço público há mais de três semanas, Ossufo Momade reapareceu este domingo, a partir de Nampula, o maior círculo eleitoral do país. Aos seus seguidores, Momade não explicou as razões da sua ausência nos primeiros sete dias da campanha eleitoral. Apenas questionou se “estavam com saudades” e disse, de seguida, que terá ressuscitado.
Para Ossufo Momade, 2024 “é o ano da vitória” e assegura que ele e a Renamo vão, finalmente, “governar este país”. Defende que a Frelimo, que lidera os destinos do país desde 1975, “não sabe governar”. Pede apenas cinco anos para mostrar como se governa um país.
Num comício, na cidade de Nampula, Momade prometeu uma reforma na função pública, assim como combater a corrupção, que, nas suas palavras, atrasa o desenvolvimento do país. Promete também mecanizar a agricultura para reduzir as importações.
O manifesto publicado pela Renamo defende que a governação será suportada por cinco pilares: governação para a defesa da soberania e integridade territorial (valorização das Forças de Defesa e Segurança); governação democrática baseada na separação e interdependência de poderes; governação social, virada para o empoderamento dos sectores sociais; governação económica com políticas públicas que priorizem o sector privado; e governação ambiental, virada para a defesa do meio ambiente.
Ossufo Momade entra em cena, sete dias depois do arranque da “caça” ao voto. Aos jornalistas, a Renamo disse que o seu Presidente se encontrava no estrangeiro a fazer trabalho político, mas sem nunca revelar o nome do país. Em 2019, lembre-se, o Presidente da Renamo iniciou a sua campanha eleitoral ao terceiro dia.
No entanto, o Secretário-Geral da Frelimo e candidato à Presidente da República entrou, ontem, na província de Manica, a terceira a ser escalada por Daniel Chapo desde o início da campanha eleitoral. Chapo abriu a sua campanha na província de Sofala, tendo escalado depois a província de Tete.
Por sua vez, Lutero Simango, Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e candidato a Chefe de Estado, continua a trabalhar na província de Sofala, o suposto bastião do seu partido. Nestes primeiros oito dias de campanha eleitoral, dos 45 programados, Simango já “descansou” três dias, nomeadamente, quarta-feira, quinta-feira e domingo.
Já Venâncio Mondlane continua a trabalhar na província da Zambézia, depois de ter estado na província de Maputo e na vizinha África do Sul. A candidatura de Mondlane é suportada pelo partido PODEMOS, constituído maioritariamente por dissidentes da Frelimo. Sublinhar que a campanha eleitoral termina no dia 06 de Outubro.
Refira-se que Ossufo Momade é o candidato mais velho entre os concorrentes à Presidente da República, com 63 anos de idade, sendo único também que concorre ao cargo pela segunda vez consecutiva, depois de ter amealhado 21,88% dos votos, em 2019. (Carta)