A antiga Embaixadora de Moçambique em Angola, Helena Taipo, foi detida, no princípio da tarde desta terça-feira (16), em Maputo. A detenção ocorreu nas instalações do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), onde deslocara-se depois de três agentes de investigação do Ministério Público (MP) terem-se dirigido à sua casa, na manhã do mesmo dia com o mandado de captura. Encontra-se detida na 18ª Esquadra da Polícia, na Cidade de Maputo.
A detenção de Helena Taipo aconteceu um dia depois de ela ter perdido a sogra e de ter assistido, há semanas, a confiscação dos seus bens, imóveis, incluindo de uma das suas filhas, em Pemba, província de Cabo Delgado. Arguida no processo n° 94/GCCC/17-IP, onde também é arguido Lúcio Sumbana e mais três pessoas, Taipo é acusada de ter desviado 100 milhões de meticais no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), o chamado “banco dos pobres”, quando exercia o cargo de Ministra do Trabalho.
As indicações da sua detenção começaram a ganhar corpo durante a manhã de ontem, quando três agentes do MP munidos de um mandado de captura acamparam defronte da sua residência, localizada num dos condomínios luxuosos da capital do país.
A antiga ministra do Trabalho escapou, na altura, a detenção porque se encontrava a participar das exéquias fúnebres da mãe do seu esposo Amade Chababe Amade. Os agentes viriam a abandonar a sua residência logo que souberam que ela entregar-se-ia, no período da tarde, ao GCCC.
Helena Taipo chegou ao GCCC quando passavam 30 minutos da hora 14, num Nissan Navara de cor preta. Com ela, vieram o seu filho e seu advogado, Inácio Matsinhe. À sua espera, no parque de estacionamento do GCCC, estava a sua irmã mais nova, que encontrava na sua casa, quando os agentes deslocaram-se à casa da arguida.
Aparentemente calma, Helena Taipo, acompanhada pelo seu advogado, seguiu para o interior do edifício do GCCC, onde foi ouvida, na presença do seu advogado, por cerca de 45 minutos.
No final da audição, a ex-Embaixadora de Moçambique em Angola foi conduzida, pela porta dos fundos, para o interior de uma viatura de marca Mazda BT50, de vidros fumados, acompanhada de agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), tendo abandonado o local a alta velocidade.
Com intuito de obter mais detalhes sobre o sucedido, a “Carta” interpelou o advogado de Helena Taipo. À saída da audição, Inácio Matsinhe era um homem de poucas palavras, tendo prometido partilhar todos os detalhes relacionados com o processo que culminou com a detenção da sua constituinte, oportunamente.
“Não há nada a falar agora. O processo é secreto. Depois vos digo quando chegar a hora”, disse Inácio Matsinhe a “Carta”. (Ilódio Bata)