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quarta-feira, 03 abril 2024 04:09

Terrorismo em Cabo Delgado: deslocados de Chiúre estão a regressar voluntariamente às zonas de origem

Os deslocados dos postos administrativos de Ocua, Chiúre-Velho e Mazeze, que se tinham movimentado para zonas seguras devido aos ataques terroristas, já estão a regressar às suas zonas de origem, para reerguer as suas vidas. No entanto, naquelas unidades territoriais, os serviços públicos como educação, saúde e administração não funcionam devido à vandalização das infra-estruturas.

 

Alguns chefes de famílias disseram à "Carta" que o regresso é voluntário e não conta com qualquer apoio das autoridades e seus parceiros.

 

"Não há chapa (transporte semi-colectivo de passageiros) ou meio de transporte alocado pelo governo, algumas pessoas vão a pé ou de táxi-mota", disse Augusto Carlos, a partir do bairro Nacivare na vila de Chiúre. Uma das principais causas do regresso sem garantia de segurança é a falta de apoio alimentar na sede distrital, segundo explicaram as fontes.

 

Nas respectivas comunidades não há presença das Forças de Defesa e Segurança e reina um clima de medo no seio das comunidades.

 

"As pessoas não estão a regressar porque há segurança, mas sim porque a vida está difícil. Então, nas suas aldeias, as pessoas sabem onde encontrar comida, dinheiro... têm machambas lá. Aqui na vila não há nenhuma fonte de sobrevivência", acrescentou Marima Augusto, também residente num dos bairros da vila de Chiúre.

 

Cerca de quarenta e cinco mil deslocados do distrito de Chiúre tinham se refugiado no posto administrativo de Namapa, distrito de Eráti, província de Nampula. Alguns deslocados abandonaram os centros de acolhimento devido à alegada falta de assistência alimentar, mas a Delegada do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Nampula, Anacleta Botão, negou ter havido alguma exclusão de famílias deslocadas na distribuição dos apoios.

 

Uma fonte do governo do distrito de Chiúre disse que a Sessão do Executivo Distrital realizada na segunda-feira (01) recomendou o regresso dos Funcionários e Agentes do Estado, incluindo os chefes dos postos administrativos.

 

Na semana passada, o vice-ministro da Administração Estatal e Administração Pública, Inocêncio Impissa, trabalhou no distrito de Chiúre, tendo garantido que o governo está a envidar esforços para a retoma dos serviços básicos. (Carta)

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