O Governo Provincial de KwaZulu-Natal (KZN) retomou a construção de uma barreira de betão ao longo da fronteira África do Sul/Moçambique para coibir o roubo de veículos motorizados e a circulação de mercadorias ilícitas, após anos de atraso.
No fim de 2020, o Departamento de Estradas e Transportes de KwaZulu-Natal, em conjunto com o Departamento Nacional de Obras Públicas e Infra-estruturas (DWPI), disponibilizou R50 milhões para a fabricação e colocação de barreiras ao longo de um troço da fronteira entre a África do Sul e Moçambique.
Num briefing ao Comité de Veteranos Militares e de Defesa (PCDMV) no passado dia 6 de Março, o Departamento de Obras Públicas e Infra-estruturas e o Governo Provincial de KwaZulu-Natal forneceram uma actualização sobre o progresso da construção no Distrito de uMkhanyakude no norte KZN, onde já foram concluídos mais de 5 km de muro fronteiriço.
O projecto inicial de 8 km foi suspenso em 2021 enquanto se aguardava pela conclusão de uma investigação da Unidade Especial de Investigação sobre a licitação de R85,7 milhões concedida à ISF Construction e Shula Construction pelo Departamento de Transportes de KZN. O projecto foi interrompido depois do pagamento de R48 milhões a empreiteiros.
O empreendimento “permaneceu inactivo desde 2021”, mas voltou ao primeiro plano durante as reuniões de Maio de 2023 entre as principais partes envolvidas, disse o Departamento Nacional de Obras Públicas e Infra-estruturas (DWPI) ao Comité de Veteranos Militares e de Defesa (PCDMV). “A província reiniciou o projecto e está em vias de concluir a fase 1”, um troço de 8 km ao longo da fronteira KZN/Moçambique.
Após avaliações de impacto ambiental e “uma pressão social massiva que foi desencadeada pelo assassinato de líderes comunitários proeminentes que se opuseram aos sindicatos do crime que roubavam veículos e atravessavam com as viaturas para Moçambique, o Departamento de Transportes de KZN retomou o projecto e nomeou um empreiteiro para concluir a obras pendentes da fase 1. O projecto teve início em 17 de Novembro de 2023 e tem duração de 12 meses.” Um novo contrato foi anunciado em Julho do ano passado.
A fase 1, uma barreira de 8 km de comprimento perto do Parque de Elefantes de Tembe, será seguida pela fase subsequente, cobrindo 8 km perto do Parque de Zonas Húmidas de iSimangaliso e a última vai cobrir 9 km do limite oeste do Parque de Elefantes de Tembe em direcção ao Rio Pongolo. As fases 2 e 3 estão estimadas em 270 milhões de rands e com a duração de 24 meses, a partir de Setembro de 2024, mas as discussões ainda precisam ser finalizadas, disse o Departamento Nacional de Obras Públicas e Infra-estruturas.
No que diz respeito à fase 1, “as obras do estaleiro estão já em curso. O impacto do projecto foi recebido com agrado pela comunidade e pela Força de Defesa Nacional Sul-Africana”, dizia a apresentação do DPWI e KZN.
O facto de as barreiras já estarem a impedir o crime foi marcado por uma tentativa falhada de conduzir um veículo roubado por cima da barreira usando “escadas de ferro”. Devido ao peso, as escadas cederam, fazendo com que os criminosos incendiassem o veículo para destruir as provas. Novas barreiras de betão estão sendo posicionadas em pontos críticos potencialmente usados por ladrões de veículos. Os locais foram identificados pelos soldados da Força de Defesa Nacional da África do Sul em serviço de protecção de fronteira.
Existem 15 companhias do Exército que protegem as fronteiras da África do Sul, especialmente os troços de fronteira de alto risco com Moçambique, Zimbabwe e Lesoto. (Defenceweb)