Uma Comissão de Construção de Paz das Nações Unidas escalou, no último fim-de-semana, a vila de Mocímboa da Praia, para entender as causas do terrorismo que assola a província de Cabo Delgado desde Outubro de 2017.
O Comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, um dos integrantes da delegação pela parte moçambicana, apontou que os mentores da ideologia terrorista em Cabo Delgado são cidadãos oriundos de países como a República Democrática do Congo, Uganda, Tanzânia e Ruanda, auxiliados por somalis e iemenitas.
Bernardino Rafael apontou Abdul Aziz de nacionalidade tanzaniana, Abdul Faizal, ugandês, Beckham e Fatumata Capacita, ambos ruandeses, como os primeiros mentores do terrorismo em Cabo Delgado.
"Na primeira fase, a fase em que fomos atacados, não tínhamos a certeza de quem são, mas na segunda fase conseguimos considerar que são terroristas. Na terceira fase, começa todo o tipo de operações e a tendência da melhoria da situação, tendo em conta que há zonas para as quais a população já estava a regressar", explicou o chefe da Polícia moçambicana.
Mais adiante, o Comandante-Geral da PRM revelou que os terroristas queriam constituir um Khalifado (governo islâmico). "Os terroristas queriam constituir um Khalifado a partir da parte costeira de Palma até mais ou menos Quissanga. E nós explicamos (a comissão da construção da Paz) que são pessoas oriundas do Congo Democrático, Tanzânia, uma parte da Somália e outros do Iémen e Uganda", declarou Bernardino Rafael, quando falava numa parada com os agentes da corporação em Cabo Delgado.
A Comissão da Construção da Paz das Nações Unidas escalou igualmente o distrito de Metuge, um dos que acolheu maior número de deslocados dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado. (Carta)