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quinta-feira, 16 novembro 2023 03:25

Eleições 2023: Renamo mantém manifestações e boicote às actividades do Parlamento

Manter-se-ão vivas, em quase todas as autarquias do país, as marchas convocadas pela Renamo, no passado dia 15 de Outubro, em protesto contra os resultados das VI Eleições Autárquicas de 11 de Outubro, que deram vitória à Frelimo, em 64 municípios, dos 65 existentes no país.

 

A garantia foi dada ontem pelo porta-voz da Comissão Política do maior partido da oposição, Alfredo Magumisse, após a realização, na terça-feira, da 28ª Sessão Ordinária daquele órgão político da “perdiz”.

 

Segundo Alfredo Magumisse, o partido liderado por Ossufo Momade avalia positivamente a primeira fase das manifestações pacíficas, que foram vítimas de repressão policial, no dia 27 de Outubro (um dia depois do anúncio dos resultados finais), tendo gerado tumultos nas cidades de Maputo, Matola, Quelimane, Nampula e Nacala-Porto.

 

Para além da manutenção das manifestações, a Renamo assegura ainda a manutenção do seu boicote às actividades da Assembleia da República, das Assembleias Provinciais, assim como das Assembleias Municipais, a fim de ver reposta a justiça eleitoral. Refira-se que a Renamo ainda não se apresentou à Assembleia da República, desde o início da VIII Sessão Ordinária da XI Legislatura.

 

Magumisse assegura que, das contas feitas a partir dos editais na sua posse, a Renamo venceu em pelo menos 22 autarquias, nomeadamente, Mocímboa da Praia e Chiúre (Cabo Delgado); Cuamba (Niassa); Nacala-Porto, Ilha de Moçambique, Angoche e Nampula (Nampula); Quelimane e Maganja da Costa (Zambézia); Moatize e Tete (Tete); Marromeu e Nhamatanda (Sofala); Vilanculos e Massinga (Inhambane); Chókwè e Xai-Xai (Gaza); Marracuene, Manhiça, Matola-Rio e Matola (província de Maputo); e Cidade de Maputo.

 

Na conferência de imprensa concedida ontem, em Maputo, Alfredo Magumisse denunciou, igualmente, esquemas de extorsão, envolvendo membros da PRM (Polícia da República de Moçambique) e alguns juízes, cujas vítimas são membros e simpatizantes da Renamo.

 

“A Comissão Política condena o comportamento da Polícia da República de Moçambique que, de forma claramente partidária, hostiliza, sevicia, prende os membros da Renamo que participam nas marchas democráticas e, em conluio com alguns juízes, extorquem a Renamo em altas somas de valores para pagamento de multas e/ou cauções. A título de exemplo, na cidade de Nampula são necessários cerca de 200.000,00Mts, em Chiúre, cerca de 300.000,00Mts, só para citar alguns exemplos de pagamentos de tais cauções”, revela a perdiz”, condenando também as intimidações e ameaças de mortes aos seus membros e demais cidadãos.

 

A Renamo apela ainda “ao concidadão e compatriota Filipe Jacinto Nyusi, que brevemente vai à reforma, para que deixe o país em paz e em democracia” e insta os órgãos de justiça a esclarecerem, com transparência, a proveniência dos boletins de voto encontrados com o membro do partido Frelimo, na cidade de Quelimane, província da Zambézia.

 

Sublinhar que partidos políticos da oposição, confissões religiosas e diversas plataformas de observação eleitoral classificam as VI Eleições Autárquicas como as mais fraudulentas da história do país. Aliás, uma contagem paralela realizada pelo Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” dá vitória à Renamo em pelo menos quatro autarquias (Chiúre, Quelimane, Matola e Cidade de Maputo). Porém, a Comissão Nacional de Eleições (CNE), gestora do processo, e a Frelimo, partido no poder, juram de pés juntos que as eleições foram livres, justas, transparentes e credíveis. (Carta)

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