A Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, inicia, hoje (19), a sua VIII Sessão Ordinária, um evento que se deverá prolongar até 21 de Dezembro próximo. No entanto, a bancada parlamentar da Renamo, o maior partido da oposição, garante que não vai tomar parte das sessões, alegadamente, por ter sofrido fraude na maioria dos 65 municípios que acolheram as eleições de 11 de Outubro em curso.
Por sua vez, a bancada parlamentar da Frelimo, o partido governamental e com maioria parlamentar, assegura, através do seu porta-voz, Feliz Sílvia, que 184 deputados seus já estão em Maputo para participar na sessão. Mas a Renamo, através do seu porta-voz, José Manteigas, a bancada parlamentar que representa “não vai participar na abertura e nem nas sessões seguintes.”
“Estamos indignados com os resultados das eleições. Juntamo-nos a milhões de vozes de moçambicanos que repudiam as eleições”, afirmou. Questionado ontem (18), telefonicamente, pela AIM, Manteigas disse: “o fim de tudo vai depender do partido Frelimo.”
Mesmo sabendo da existência de instituições como Comissão Nacional de Eleições (CNE) e Conselho Constitucional, órgãos decisórios em matérias eleitorais, Manteigas disse à AIM: “mesmo os órgãos de comunicação social sabem que a Renamo ganhou em muitas autarquias”
Citou os casos da capital moçambicana, Maputo, da cidade satélite da Matola, vila de Marracuene, cidade de Vilankulo, no sul do país, Cuamba, e Chiúre, no Norte “e muitas outras onde a governação era da Renamo, como a cidade de Nampula (norte) e Quelimane (centro)”.
Não foi possível obter a reacção do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição, em relação à sessão que inicia esta quinta-feira e que se vai destacar pela ida do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para o seu informe anual sobre o estado geral da nação. (AIM)