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quarta-feira, 11 outubro 2023 04:34

Eleições 2023: Funcionários públicos e membros da Frelimo serão Presidentes de Mesas de Votos – denuncia CIP

Uma lista publicada na noite da última segunda-feira pelo Centro de Integridade Pública (CIP), no seu Boletim sobre Eleições, revela que funcionários públicos e membros da Frelimo vão liderar as Mesas de Votos nesta quarta-feira, nas Assembleias de Votos instaladas no Posto Administrativo de Infulene, no Município da Matola, província de Maputo.

 

De acordo com a lista, que apresenta nomes, funções, locais de proveniência e contactos dos indivíduos infiltrados pela Frelimo nas Mesas de Votação, os cargos de Presidente, vice-Presidente, Secretário, 1º e 4º Escrutinadores serão ocupados por funcionários públicos e membros da Frelimo, provenientes do Comité de Zona de Infulene.

 

Grande parte dos funcionários destacados são professores e técnicos de direcções distritais e provinciais. Porém, há também funcionários com cargos de chefia e direcção e indivíduos que trabalham no Gabinete do Governador da Província de Maputo (Júlio Parruque, que também encabeça a lista da Frelimo no Município da Matola), nomeadamente, Júlia Matine e Alcírio Langa.

 

Para além dos funcionários públicos e pessoas próximas a Júlio Parruque, a lista integra ainda brigadistas (do STAE/CNE), militares e activistas sociais, com destaque para Ancha Zavale, da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), cuja patrona é Graça Machel, ex-Primeira-Dama de Moçambique e África do Sul e membro sénior da Frelimo.

 

Em conferência de imprensa concedida na tarde desta terça-feira, a Renamo disse que os referidos Membros das Mesas de Votos foram seleccionados a dedo pelo STAE Distrital e não por via do concurso público.

 

Aliás, a Renamo diz que o cenário se repete um pouco por todo o país, com destaque para as províncias da Zambézia, Nampula e Manica. Na Zambézia, por exemplo, há pessoas a serem recrutadas dos distritos não autárquicos: casos de Ile e Namarroi.

 

“Mais uma vez fazemos esta denúncia com objectivo de ver eleições transparentes, premissa da credibilidade deste processo. Não pode ser cultura do partido no poder promover conflitos em cada processo eleitoral. Por isso, queremos exortar para um comportamento que respeite a Democracia e o voto depositado na urna”, apela a Renamo.

 

Refira-se que as Mesas de Votos são compostas por sete membros, sendo quatro contratados pelo STAE, por meio de concurso público, e os restantes provenientes dos partidos políticos com assento no Parlamento. São estes elementos, sublinhe-se, que têm a responsabilidade de dirigir o sufrágio. Porém, na Matola, o escrutínio será dirigido por cinco membros da Frelimo, cabendo as restantes duas vagas para um escrutinador do MDM e outro da Renamo. (Carta)

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