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sexta-feira, 22 setembro 2023 03:41

Alunas da Escola Secundária Gwaza Muthini, em Marracuene, denunciam casos de assédio sexual

Alunas da Escola Secundária Gwaza Muthini, em Marracuene, província de Maputo, denunciam casos de assédio sexual e reprovações em massa perpetrados por alguns professores deste estabelecimento de ensino. A denúncia foi feita há cerca de uma semana, durante a visita do Secretário-Geral da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), Silva Livone, ao distrito de Marracuene.

 

As alunas disseram que o assédio sexual tem sido muito frequente por parte dos professores da Escola Gwaza Muthini. Isto leva muitas alunas a desistirem da escola visto que os professores ameaçam reprová-las caso não aceitem.

 

“Existe uma aluna, inclusive, que chumbou uma disciplina porque não aceitou dormir com um professor. Esta é uma realidade por que estamos a passar na escola secundária Gwaza Muthini. Nós nos calamos porque temos medo e não temos a coragem de apresentar esta situação e algumas colegas optam em desistir da escola”, explicou uma das alunas.

 

Entretanto, a Secretária Permanente do distrito de Marracuene, Nércia Mambo, apelou às alunas a denunciarem os casos de assédio sexual e não se preocuparem com a questão do sigilo. “Nós estamos formatados para lidar com casos de sigilo. Temos o director distrital de Educação para que as alunas possam estar mais à vontade para falar sobre o assunto”, disse Mambo.

 

“Meninas, denunciem o assédio sexual nesta vossa escola para que as pessoas sejam responsabilizadas. Estamos focados nessa questão e assumo que será feito um trabalho profundo na Escola Secundária Gwaza Muthini”.

 

Entretanto, o secretário-geral da Organização da Juventude Moçambicana, Silva Livone, que assumiu ter sido professor, lamentou as atitudes dos seus ex-colegas e mostrou-se satisfeito pelo facto de a Secretária Permanente se ter disponibilizado a trabalhar com as alunas para acabar com este mal na referida escola.

 

“Eu tenho noção do que as alunas falam porque já fui professor e vivi isso. Tive colegas que namoravam com estudantes e algumas aceitam porque são fracas e outras não aceitam, mas eu nunca namorei com ninguém que ficasse do outro lado da carteira porque sempre achei todas as minhas alunas como minhas filhas. Então, se este assunto não for resolvido, nós vamos resolver. É só escreverem na página do Facebook do Presidente da República a expor a questão do assédio na vossa escola”.

 

Contactado o Director da Escola Secundária Gwaza Muthini, Inocêncio Homo, em relação às denúncias sobre o assédio sexual, este afirmou que foi apanhado de surpresa quando ouviu relatos sobre o assunto no noticiário de uma das rádios.

 

Homo garantiu que está em curso um trabalho para compreender o que efectivamente aconteceu. “Ainda não temos dados, se conseguirmos iremos partilhar”, frisou. (M.A)

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