Já não será em finais de Outubro deste ano que a concessionária sul africana da N4, Trans Africans Concessions (TRAC), vai entregar a obra do alargamento do troço entre o Nó de Tchumene e o Novare (a chamada Secção 17), na Matola. Nesta semana, uma equipa sénior da TRAC esteve em Maputo a discutir os atrasos da obra com o Governo e apresentou novo prazo: finais de Dezembro.
Quem fez a revelação à “Carta” foi o Director Geral da Administração Nacional de Estradas (ANE), o Eng Elias Paulo. Ele disse que a TRAC prometeu entregar, até Dezembro, o troço com quatro faixas de rodagem, conforme reza do plano.
Tudo o resto da obra será feito posteriormente. Paulo acrescentou que a TRAC atualizou seu plano de edificações, no qual constam duas serventias laterais percorrendo o mesmo troço, dois colectores de tráfego local de cada um dos lados entre o Nó de Tchumene até o Novare, para além da intercepção de Malhampsene, que será melhorada. Outra clarificação foi a menção de que a via terá também duas pontes pedonais, nomeadamente uma em Malhampsene e outra na zona de Tchumene, em lugar por identificar.
Os gestores das TRAC vieram a Maputo depois de uma solicitação expressa do Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, que anda agastado com o atraso do ampliação da via num troço demasiado caótico devido ao seu afunilamento e à disputa com camiões de carga pesada que transportam minerais desde Mpumalanga até o Porto de Maputo.
Este é o terceiro adiamento das obras em curso, que foram adjudicadas à Inyatsi, uma construtora de Eswatini, ligada ao monarca local.
Em Junho passado, respondendo por escrito a perguntas colocadas pelo nosso jornal, a TRAC informar-nos o seguinte, quando questionada sobre o prazo da obra, incluindo suas serventias:
"Embora este processo seja moroso e tenha sofrido reveses no mês de Fevereiro de 2023, devido às chuvas intensas e cheias, onde não foi possível trabalhar um único dia, há uma luz no fundo do túnel, visto que após a conclusão das obras, o congestionamento permanente será resolvido. Reiteramos que juntamente com as autoridades policiais estamos a fazer o máximo possível para que o sofrimento seja mínimo. De acordo com o último programa dos trabalhos a estrada (pavimento estará terminado na segunda semana de Setembro) restando a montagem de sinais e outros acabamentos para final de outubro 2023, e as serventias ficando para uma fase posterior".
A data de Outubro havia sido também dada pela TRAC às autoridades governamentais de Moçambique. Agora confirma-se que isso não vai acontecer. A obra de ampliação da via começou em Setembro de 2022, com custo orçado em e 27 milhões de USD, integralmente suportado pelo concessionária Trans Africans Concessions (TRAC). O contrato de concessão com a TRAC termina em 2027. (Carta)