Uma notícia publicada esta quarta-feira pelo jornal Ikwele, editado na cidade de Nampula, capital da província com o mesmo nome, garante que o Edil de Nampula, Paulo Vahanle, escapou a uma tentativa de assassinato, supostamente protagonizada por um indivíduo das forças especiais da Polícia da República de Moçambique (PRM), na passada terça-feira, durante as comemorações do Dia da Cidade de Nampula.
Segundo o jornal Ikwele, um elemento da Unidade de Protecção das Altas Individualidades (UPAI) foi interceptado na Praça do Município de Nampula com uma arma de fogo, com intenção de matar o Presidente do Conselho Municipal daquela cidade, uma missão abortada por generais da Renamo que se encontravam no local. O jornal não avança se o indivíduo terá sido detido, assegurando apenas que foi apreendida a sua arma.
“Carta” contactou Paulo Vahanle para inteirar-se da estória, mas este não atendeu as chamadas telefónicas da nossa reportagem e nem respondeu às mensagens. Aliás, “Carta” soube que o Conselho Municipal da Cidade de Nampula havia convocado uma conferência de imprensa para a manhã de ontem para abordar o caso, mas a mesma foi adiada sem quaisquer explicações.
Em contacto telefónico com a “Carta”, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, Zacarias Nacute, garantiu não ter qualquer informação acerca do assunto e que também tomou conhecimento dos factos através da imprensa local.
Até às 14h46min, hora em que conversou com o nosso jornal, Nacute garantiu que ainda não tinha recebido qualquer queixa por parte de Paulo Vahanle e nem de figuras próximas a si, pelo que acredita tratar-se de informações populares, que não foram devidamente filtradas pela comunicação social local.
O porta-voz da PRM, em Nampula, explicou ainda que a Polícia esteve em todas as esquinas daquela urbe, durante as comemorações da efeméride, e que não percebeu quaisquer movimentações que colocassem em causa a integridade física do Edil de Nampula.
Refira-se que o ex-Presidente do Município de Nampula, Mahamudo Amurane, foi assassinado por tiros disparados em pleno dia em que o país celebra a passagem 25º aniversário da assinatura dos Acordos Gerais de Paz (04 de Outubro de 2017).
Cinco anos depois, isto é, em Novembro de 2022, a Sexta Secção Criminal do Tribunal Judicial da Província de Nampula condenou Saíde Ali Abdala, antigo Vereador de Promoção Económica, e Zainal Satar, empresário com interesses na área de construção civil, a penas de 20 e 23 anos, respectivamente, pelo assassinato do autarca, depois de ter despronunciado os dois arguidos por falta de elementos de prova. (Carta)