A Missão de Formação Militar da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ) apelou à criação de um comando administrativo militar nas Forças de Intervenção Rápida (QRFs), que ficará responsável pela expulsão de terroristas em alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado.
Segundo o comandante da EUTM-MOZ, o Comodoro Martins de Brito, que falava quarta-feira em Maputo, o comando administrativo será responsável pela gestão do equipamento militar a ser fornecido pela Missão. Martins de Brito falava durante uma palestra subordinada ao tema “Contribuição da Missão de Formação da União Europeia (EUTM) para a Defesa e Segurança de Moçambique”.
“Além da formação e do equipamento, estamos também a assessorar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) na criação de um comando administrativo que ficará responsável pela gestão destes QRFs”, disse.
Actualmente, as FADM recebem formação da Missão Europeia nos ramos de Comando; Combate Terrestre; Apoio a Serviços Marítimos e de Combate. Após a instalação das Forças de Intervenção Rápida (QRFs), disse De Brito, é necessário ter um órgão directamente responsável pela manutenção e fiscalização.
“O que estamos a criar é a acção do comando administrativo no Exército e na Marinha, que ficará responsável pela rotação destas QRF e pela gestão do pessoal que futuramente integrará as Forças em Cabo Delgado”, explicou.
Revelou também que as QRFs devem ter o equipamento até Março de 2024, observando que actualmente existem desafios de armazenamento, distribuição, controlo e monitoramento.
“Todas estas vertentes acabam por contar com a participação do Comando, no sentido de dar garantias e ferramentas a quem terá esta missão de poder conservar e utilizar este material”, sublinhou.
Em Outubro de 2021, o Conselho da União Europeia decidiu lançar a EUTM-MOZ para uma resposta mais eficiente e eficaz no combate ao terrorismo que assola Cabo Delgado desde 2017.
Actualmente, a Missão conta com 161 militares divididos em dois centros de treinamento, um para comandos e outro para fuzileiros navais. O seu mandato termina em Setembro de 2024. A palestra integrou o Plano de Actividades do Centro de Análise Estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). (Defenceweb)