Graduados há 48 dias, cerca de 16 mil agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) serão submetidos à reciclagem, a partir da próxima segunda-feira, 17 de Julho, em todo o país, como forma de aprimorar os seus conhecimentos técnicos e tácticos.
De acordo com uma instrução enviada a todas as esquadras da PRM na Cidade de Maputo, a que “Carta” teve acesso, a iniciativa de formar, novamente, os agentes da PRM recém-graduados foi decidida pelo Comandante-Geral da corporação, Bernardino Rafael, no decurso de uma reunião realizada no passado dia 15 de Junho.
Conforme a instrução emitida esta terça-feira, 11 de Julho, por Sílvia Mahumane, Directora de Pessoal e Formação no Comando da PRM, na Cidade de Maputo, a reciclagem irá decorrer em todas as subunidades policiais, devendo abranger todos os agentes da PRM recém-graduados.
Nesta nova formação, diz o documento, os agentes a serem reciclados serão divididos em grupos de 40 elementos, sendo que a formação deverá durar 15 dias, por cada grupo, entre as 08:00 horas e as 11:00 horas por dia.
A reciclagem irá abarcar todos os conteúdos da formação policial, nomeadamente, ordem unida; defesa pessoal; procedimentos policiais; armamento e tiro; doutrina e ética policial; textos didácticos (relatórios, actas e autos); noções de psicologia; e noções de direito.
Refira-se que o 43º Curso Básico da Polícia da República de Moçambique foi dos mais curtos dos últimos anos, tendo durado quase quatro meses, contra os habituais seis a oito meses. Igualmente, foi o curso com maior número de formandos na história do país (superando o de 2022, que tinha 11 mil mancebos), tendo decorrido, em simultâneo, na Escola Prática de Matalane e na Escola de Formação de Unidades das Operações Especiais e na Reserva de Makandzene, na Manhiça.
Fontes da corporação disseram à “Carta” que os novos membros da PRM apresentam graves lacunas de formação, havendo alguns que sequer sabem manejar uma arma de fogo, o seu principal instrumento de trabalho. As fontes asseguram que, devido ao elevado número de formandos, alguns agentes sequer visitaram a carreira de tiro.
Refira-se que, no fim da formação, o Comandante-Geral da Polícia garantiu que a corporação tem efectivo suficiente para garantir a ordem e segurança públicas nos próximos 10 anos no país, pelo que os cursos anuais de formação básica da Polícia seriam interrompidos. Porém, a reciclagem a iniciar na próxima segunda-feira prova o contrário. (A.M.)