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segunda-feira, 15 maio 2023 07:29

Perto de 230 famílias vítimas do desabamento da Lixeira de Hulene ainda sem casas

lixeira hulene min

Cinco anos depois do desabamento da Lixeira de Hulele, que resultou na morte de pelo menos 17 pessoas, um total de 227 famílias continuam a residir em casas arrendadas, devido à lentidão que se verifica na construção do bairro de reassentamento, localizado no bairro de Possulane, distrito de Marracuene, província de Maputo.

 

Em construção há quase quatro anos, o Governo só conseguiu entregar, até ao momento, 73 casas, de um total de 300 a serem erguidas naquela localidade do distrito de Marracuene. Das casas entregues, 20 foram disponibilizadas aos beneficiários na semana finda, pelo Ministério da Terra e Ambiente.

 

Em 2020, o Governo chegou a garantir que as vítimas da Lixeira de Hulene receberiam as suas casas em apenas 12 meses, porém, três anos depois da promessa, sequer a metade das famílias que residiam nas imediações da Lixeira de Hulene receberam as suas casas.

 

Dados fornecidos à “Carta” pelo Ministério da Terra e Ambiente indicam que, até ao fim do mês de Julho de 2023, serão entregues mais 53 casas, sendo que as restantes (174) serão entregues até 31 de Dezembro próximo. O Governo diz igualmente estar na fase conclusiva a construção de um Pequeno Sistema de Abastecimento de Água, sendo que a energia eléctrica já foi instalada em todas as casas.

 

A lentidão que se verifica na construção das casas já preocupa as vítimas da Lixeira de Hulene, que há cinco anos vivem em casas de renda. O Chefe da Comissão dos Afectados pelo Deslizamento do Lixo, António Massingue, é um dos que ainda não recebeu a sua casa e afirma que o facto já leva muitas vítimas a perder esperança de ter, novamente, um tecto para morar.

 

A situação, diz Massingue, agrava-se pelo facto de o Governo não efectuar, regularmente, as transferências monetárias às famílias para o pagamento das rendas. Conta, por exemplo, que o valor destinado às rendas de Janeiro a Março só começou a ser pago na semana finda, não se sabendo quando serão pagas as rendas referentes aos meses de Abril, Maio e Junho.

 

“O pior de tudo isto é que o Conselho Municipal não se comunica connosco. Não temos qualquer informação, por exemplo, de quando seremos entregues as casas. Só sabemos que, no caso do meu quarteirão, seremos os próximos a receber”, narrou Massingue.

 

Massingue disse ainda que as famílias que já receberam as casas se queixam da qualidade das obras, havendo casas que já apresentam fissuras nas paredes.

 

Refira-se que o projecto de reassentamento das famílias afectadas pelo deslizamento de lixo inclui a construção de um posto policial, escola, centro de saúde, mercado, igreja, centro infantil, centro comercial e lojas. (Carta)

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