Pode estar em risco a conclusão do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens da Renamo, inserido no âmbito da implementação dos Acordos de Paz de Maputo, assinado em Agosto de 2019 entre o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o Líder da Renamo, Ossufo Momade.

Informações avançadas na noite de ontem pela STV indicam ter falhado o encerramento da última base da Renamo, que estava previsto para esta segunda-feira, no distrito da Gorongosa, província de Sofala.

Segundo aquela estação de televisão privada, o falhanço deveu-se a um boicote protagonizado por um grupo de guerrilheiros da Renamo abrangidos pelo processo. O canal não avançou mais detalhes em torno do assunto, mas sabe-se da insatisfação da Renamo em relação ao rumo que está a ser dado ao processo.

O falhanço da conclusão do processo de DDR, sublinhe-se, ocorre uma semana depois de o Presidente da Renamo ter manifestado a sua insatisfação em relação ao suposto incumprimento dos Acordos celebrados em Agosto de 2019.

Segundo Ossufo Momade, os 10 oficiais da Renamo integrados na PRM, em Agosto de 2019, ainda não foram nomeados para os cargos de direcção a nível do Comando-Geral da PRM (Polícia da República de Moçambique). Disse também que ainda não foram fixadas as pensões dos combatentes já desmobilizados e que, dos 4.001 guerrilheiros desarmados, apenas 46 é que foram enquadrados na PRM, desde o arranque do processo.

Ontem estava previsto o desarmamento e desmobilização dos últimos 350 guerrilheiros, mas o acto terá de esperar pelo menos por mais alguns dias. Esta terça-feira, o Chefe de Estado apresenta o seu Informe sobre o Estado Geral da Nação, pelo que se espera mais detalhes em relação ao falhanço ontem verificado.

Refira-se que o DDR foi lançado a 29 de Julho de 2019, porém, sempre foi assombrado pelos ataques da Junta Militar da Renamo, por um lado, e pela falta de dinheiro, por outro, criando tensão entre o Governo e a Renamo. (Carta)