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quinta-feira, 08 setembro 2022 13:03

Igreja Católica condena ataques terrorista em Nampula

O arcebispo católico da província de Nampula, Inácio Saure, condenou veementemente o atentado terrorista de terça-feira contra a missão de São Pedro de Lúrio, na aldeia de Chipene, distrito de Memba.

 

“A Igreja Católica sempre condenou esta guerra muito violenta, uma guerra que tira a vida de muitas pessoas, especialmente os pobres que nem sabem por que essa guerra está acontecendo”, disse o arcebispo.

 

Segundo o clérigo, desde que os ataques terroristas começaram na província vizinha de Cabo Delgado, em outubro de 2017, a Igreja Católica sempre condenou os actos de violência e apelou à paz no país.

 

Falando numa conferência de imprensa em Nampula, Inácio Saure, que é também Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, ficou muito comovido com o assassinato de uma missionária italiana, Maria de Coppi, de 84 anos, e a destruição de bens comunitários, como um posto de saúde unidade, uma escola primária e secundária e residências para as freiras.

 

“É uma preocupação da Igreja Católica, não só dos fiéis, mas de todo o povo moçambicano e de toda a sociedade. Houve grande destruição da infraestrutura social. Não foi apenas a Igreja Católica que perdeu, mas todas as pessoas e pessoas muito pobres”, disse ele.

 

“A missão agora está vivendo numa atmosfera de grande medo e turbulência. No último contacto que tive com as Irmãs Combonianas, que vivem aqui na cidade de Nampula, disseram que o ambiente é desolador, há muito medo. Estou aqui com os costumes litúrgicos para celebrar o terceiro aniversário da visita do Santo Padre, o Papa Francisco, que veio como mensageiro da paz”, lamentou.

 

Quando perguntado se os actos de terroristas contra missionários e propriedades não constituíam maus tratos contra a Igreja Católica, Dom Inácio Saure respondeu que não tinha provas suficientes para tal conclusão.

 

“Não temos provas para afirmar categoricamente que é uma perseguição. O certo é que pode ser um sinal de ódio, digamos, porque ainda ontem queimaram uma mesquita antes de atacar a missão”, acrescentou. Além disso, Ignacio Saure atribuiu a violência à pobreza. “Por isso roubaram a mercadoria e queimaram a casa das irmãs”, afirmou.

 

Maria de Coppi vivia em Moçambique desde 1963. De acordo com testemunhas oculares, ela foi baleada na cabeça, enquanto tentava chegar ao dormitório, onde os poucos alunos restantes estavam hospedados. Saure disse que as outras freiras estão agora tentando recuperar seu corpo, que será enterrado noutra missão. (AIM)

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