O Presidente moçambicano disse ontem que a corrupção “reduz a qualidade" das obras em Moçambique durante uma interação com a Ordem dos Engenheiros, em Maputo. “Uma das coisas que está a estragar um pouco a qualidade [das obras] é a corrupção. Podemos produzir conhecimento e tudo, mas se as pessoas forem corruptas vão comprar as obras, os negócios e outros e isso reduz a nossa qualidade”, disse Filipe Nyusi, que é engenheiro de formação.
O chefe de Estado moçambicano falava durante uma reunião extraordinária do conselho diretivo da Ordem dos Engenheiros de Moçambique, realizado na Ponta Vermelha, a residência oficial do Presidente da República.
Na ocasião, a Ordem afirmou existirem escolas e hospitais “extremamente perigosos” devido a “irregularidades de construção”, referindo que a situação leva a que “muitas coberturas” não resistam às intempéries no país.
Aquela entidade foi mais longe ainda ao afirmar que algumas organizações não-governamentais (ONG), que apoiam a construção de infraestruturas em Moçambique, não seguem os projetos da educação e da saúde e “impõem soluções que muitas vezes não são adequadas” para o contexto.
“Nós temos de regrar este mercado de engenharia, principalmente nesta questão de infraestruturas públicas. Temos de evitar que o dinheiro público seja atirado para fora”, disse Feliciano Dias, bastonário da Ordem dos Engenheiros de Moçambique.
Segundo o bastonário, Moçambique tem 26 instituições de ensino de engenharia, número que concorre para a “proliferação de venda de diplomas de engenharia” no país. (Lusa)